Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 7687

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Outros
Setor Departamento de Economia Rural
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq, FAPEMIG
Primeiro autor Elizângela Aparecida dos Santos
Orientador DENIS ANTONIO DA CUNHA
Outros membros Linda Márcia Mendes Delazeri
Título Efeito das Mudanças Climáticas sobre a Migração Rural-Urbana no Nordeste
Resumo A região Nordeste abriga quase a metade de sua população nas zonas rurais, sendo que parcela expressiva apresenta dependência do setor agrícola em termos de geração de renda. Como o setor agrícola da região tem alto potencial de impactos negativos devido às mudanças climáticas, o Nordeste apresenta grande vulnerabilidade socioeconômica. As alterações do clima têm potencial de provocar efeitos migratórios do tipo rural-urbano, devido ao efeito negativo sobre a produção agrícola. Portanto, o presente estudo procurou compreender o processo migratório rural-urbano, analisando se os fatores climáticos têm contribuído para o deslocamento de pessoas no período de 1991 a 2010. Metodologicamente, estimou-se um modelo de dados em painel com efeitos fixos. Além das variáveis climáticas relativas à temperatura e precipitação, foram considerados também fatores socioeconômicos, tais como acesso a escolas no meio rural, uso de irrigação, população rural com idade mais propensa a migrar e o diferencial entre salário rural e urbano. Com base nos resultados, pôde-se concluir que a temperatura é a principal variável responsável pelo efeito migratório na região Nordeste. Com o aumento da temperatura, o déficit hídrico da região poderá aumentar. A ausência de chuva poderá provocar desertificação e secas em determinadas regiões. Com isso, aumenta a necessidade do uso de irrigação, uma medida que poderia manter o agricultor no campo. Outra importante variável que explica a migração rural-urbana no período analisado foi a disponibilidade de escolas no meio rural. Isso indica que quando se tem mais oportunidades de acesso à educação, menor tende a ser o êxodo rural. Esses resultados indicam a necessidade de apoio de órgãos governamentais, contribuindo para o avanço das políticas de irrigação na região, além de assistência técnica para garantir o manejo adequado dos sistemas. Deve-se incentivar também o uso de outras técnicas de produção que estejam alinhadas com os cenários climáticos esperados para o futuro. As políticas públicas devem, portanto, garantir a permanência do homem no campo, com qualidade de vida. Por outro lado, caso a migração rural-urbana continue se intensificando ao longo dos próximos anos, é de grande responsabilidade do poder público em preparar o meio urbano para o recebimento desses migrantes. Deve-se investir em ações que aumentem o número de empregos e melhorem as condições de vida, saúde e saneamento básico. É preciso garantir a cidadania desses migrantes, minimizando desigualdades e preconceitos. Acolher da melhor forma possível migrantes, tornará a sociedade menos violenta, mais democrática e desenvolvida do ponto de vista humano.
Palavras-chave Mudança Climática, Nordeste, Migração Rural-Urbana
Forma de apresentação..... Oral
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