Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 7675

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Letras
Setor Departamento de Letras
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Giulliana Mendes Cária
Orientador NILSON ADAUTO GUIMARAES DA SILVA
Título O grotesco e o sublime no personagem Quasímodo, de Victor Hugo
Resumo A coexistência de opostos num mesmo indivíduo é passível de ser observada em diversas obras literárias, cinematográficas e dramáticas. Dessa maneira, esta pesquisa se justifica pelo fato de as dicotomias serem bastante recorrentes no romance francês do século XIX, no qual são notadas contradições como vida e morte, céu e inferno, sublime e grotesco. Dentre diferentes dicotomias românticas, este artigo pretende tratar do grotesco e do sublime, em sua forma mais horrível e mais bela ao mesmo tempo. A escolha do paradoxo entre o sublime e o grotesco se deu devido à sua proximidade com diferentes artes, como a pintura e a escultura, além da literatura romântica. A partir desta perspectiva, pretende-se mostrar a presença do grotesco e do sublime na caracterização do personagem Quasímodo, do romance francês Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo, popularmente conhecido como “O Corcunda de Notre-Dame”. A partir de excertos do romance, foram comparadas as características de Quasímodo com a conceituação dos termos “grotesco” e “sublime”. Para definir “sublime”, utilizou-se da leitura de Schiller (2011, p. 21 apud Araujo, 2014), romancista alemão, segundo o qual “um objeto frente a cuja representação [...] nossa natureza racional sente sua superioridade” é um objeto sublime (SCHILLER, 2011, p. 21 apud ARAUJO, 2014, p. 137); e de Longino (1997, p. 77) que disserta que são “verdadeiramente sublimes as passagens que agradam sempre e a todos.”. A análise sobre o grotesco baseou-se, por sua vez, no conceito de monstruosidade de Magalhães (1998), que reflete em seus trabalhos o discurso de Haroldo de Campos e a noção de monstrualidade a partir da religião, e nos estudos de Dinis (2005) e Gaudet (1990), que abordam a estética do grotesco na literatura romântica, dando destaque às obras de Victor Hugo e baseando-se na tradição carnavalesca estudada por Bakhtin. Além disso, estudaram-se excertos do próprio Hugo, publicados em sua famosa obra Le préface de cromwell, cujo título foi traduzido na edição brasileira como “Do Grotesco e do Sublime”. Quasímodo era considerado um monstro desde sua primeira aparição, ainda criança, mas possuía traços de personalidade que mostravam seu amor, compaixão, lealdade e zelo. Segundo Hugo (2004, p. 43) “[...] o primeiro desses dois tipos representa a fera humana, o segundo a alma” Assim, é possível afirmar que o autor aludiu de forma natural ao grotesco e ao sublime: “Tudo na criação não é humanamente belo, o feio existe ao lado do belo, o disforme perto do gracioso, o grotesco no reverso do sublime, o mal com o bem, a sombra com a luz.” (HUGO, 2004, p. 25).
Palavras-chave Literatura Francesa, Romance Histórico, Coexistência de contrários.
Forma de apresentação..... Painel
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