Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 7631

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Nutrição
Setor Departamento de Nutrição e Saúde
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Pedro Faillace Thiesen
Orientador SILVIA ELOIZA PRIORE
Outros membros Elizangela da Silva Miguel, Sílvia Oliveira Lopes
Título Condições de saúde de agricultores familiares que utilizam produtos químicos na produção de alimentos
Resumo Derivados de armas químicas, os agrotóxicos surgiram como solução para suprir a demanda de alimentos, sendo utilizado como argumento o caráter protetor à lavoura pelo combate às pragas e doenças. No entanto, os seus efeitos nocivos causam preocupação, principalmente, no que diz respeito à exposição ocupacional, uma vez que os agrotóxicos agem diretamente no organismo do ser humano. Concentrações encontradas em alimentos, água e ambientes contaminados podem gerar alterações hormonais e reprodutivas, danos hepáticos e renais, disfunções imunológicas, distúrbios cognitivos, neuromotores e cânceres a indivíduos expostos. Estudos ainda relacionam trabalho de pulverização nas culturas com doenças agudas que atingem a pele, olhos e trato respiratório, e ocasionam insônia, anemia, cefaleia, depressão e distúrbios do comportamento. O presente trabalho objetivou avaliar as condições de saúde de agricultores familiares que utilizam produtos químicos na produção de alimentos. Trata-se de um estudo transversal realizado no período de março a junho de 2017, em uma comunidade rural do município de Viçosa-MG, com 28 agricultores familiares responsáveis pelo cultivo. Foi realizada pesquisa de campo com aplicação de questionário semiestruturado contendo variáveis para caracterização quanto à produção de alimentos, uso de agrotóxicos e presença de doenças. Os dados foram analisados no SPSS (versão 20.0). Foram realizadas análises descritivas e o teste Qui-quadrado de Pearson para verificar a associação entre as variáveis de interesse. O nível de rejeição da hipótese de nulidade foi de 0,05. Os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias, sendo garantido o sigilo dos dados. O presente estudo faz parte de um projeto guarda-chuva submetido e aprovado ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres humanos da Universidade Federal de Viçosa, sob o número (CAAE 61525916.7.0000.5153). Observou-se que 46,5% (n=13) utilizam agrotóxicos, 32,1% (n=9) já utilizaram e 21,4% (n=6) nunca utilizaram. Dentre os entrevistados, 85,7% (n=24) relataram apresentar uma ou mais destas doenças: anemia, alergias/dermatites, insônia, doença renal, doença respiratória, depressão, hipertireoidismo e câncer, sendo encontrada associação entre uso de agrotóxicos e relato de pelo menos uma destas doenças (p=0,02). A exposição ocupacional a produtos químicos utilizados na produção de alimentos pode contribuir para o desenvolvimento de doenças agudas e crônicas relacionadas aos ingredientes ativos dos agrotóxicos como foi evidenciado nos resultados encontrados, considerando-se o uso de agrotóxicos associado à presença de doenças, na maioria dos agricultores familiares entrevistados.
Palavras-chave agricultura familiar, agrotóxicos, saúde
Forma de apresentação..... Oral
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