Resumo |
O aumento de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera durante as últimas décadas tem despertado crescente interesse na função desse gás no crescimento e desenvolvimento das plantas. Apesar da conhecida associação entre concentração de CO2 elevada e o crescimento das plantas, seus efeitos na regulação do metabolismo primário coordenado pelas giberelinas são, ainda, pouco conhecidos. Nesse contexto, buscou-se compreender o papel da concentração de CO2 elevada em plantas de tomate com reduzido nível de giberelinas. Para isso, plantas de tomate (Solanum lycopersicum cv Moneymaker L.) deficiente na biossíntese de giberelinas (W335) foram submetidas à concentração de CO2 ambiente (400 μmol CO2 mol-1 ar) e elevada (750 μmol CO2 mol-1 ar) aos 21 após a germinação. Para determinação do perfil metabólico aproximadamente 100 mg de amostras liofilizadas de raiz, caule e folha foram extraída em metanol contendo ribitol. Após agitação, as amostras foram incubadas a 70 °C sob agitação, por 15 minutos. Decorrido esse tempo, as amostras foram centrifugadas e adicionou-se ao sobrenadante 750 μL de clorofórmio. Em seguida, as amostras foram centrifugadas, a camada superior foi recolhida em alíquotas de 100 µL e evaporadas em speed-vac. Para a derivatização das amostras, adicionou-se hidrocloreto de metoxiamina e agitou-se a 1000 g, por 2 horas, a 37°C. Após esse tempo, adicionou-se MTSFA (N-metil-N-(trimetilsilil)-trifluoracetamida), padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos (FAMEs) e às amostras foram agitação a 1000 g, por 30 minutos, à 37°C. As amostras foram transferidas para frascos de vidro e analisadas por cromatografia gasosa associada à espectrometria de massa (CG-MS). Os cromatogramas e os espectros de massa gerados foram analisados utilizando o software TAGFINDER. A concentração de CO2 elevada foi capaz de estimular o crescimento das plantas mesmo com deficiência em giberelinas, por conseguir restaurar grande parte do perfil metabólico. Ademais, a habilidade das plantas de tomate com reduzido nível de giberelinas em utilizar mais eficientemente os elevados níveis de carbono sob concentração de CO2 elevada influenciou diretamente o seu crescimento. Juntos os resultados indicam que a concentração de CO2 elevada foi requerida para acoplar o metabolismo primário ao crescimento das plantas deficiente na biossíntese da giberelinas. |