Resumo |
A adolescência, compreendida dos 10 aos 19 anos, é a etapa da vida em que há uma significativa mudança corporal e psíquica. Nesta fase, os adolescentes podem ficar mais vulneráveis aos transtornos alimentares (TA) como a Anorexia e Bulimia. Os TA têm como característica a preocupação com o excesso de peso, devido ao medo de engordar. O presente trabalho objetivou avaliar as atitudes alimentares em adolescentes susceptíveis ao transtorno alimentar e modificações antropométricas. Avaliou-se adolescentes de um Colégio de Aplicação de Viçosa, Minas Gerais, de 2012 a 2016, sendo os participantes alunos do 1º ano do Ensino Médio. A média de idade foi de 15,88 (±0,71) anos. Para a avaliação antropométrica, todos foram pesados com auxílio de balança portátil e aferida a estatura com auxílio de estadiômetro da marca Altura Exata. Após, calculou-se o Índice de Massa Corporal-IMC (peso em quilogramas/altura2 em metros) com o auxílio do software WHO AnthroPlus disponibilizado pela Organização Mundial da Saúde. Utilizou-se o ponto de corte estabelecido pelo World Health Organization (2007) segundo sexo e idade. Avaliou-se o risco de transtorno alimentar utilizando o questionário EAT-26 (Eating Attitudes Test 26) que contêm 26 perguntas, onde os estudantes que pontuaram acima de 20 pontos foram considerados com triagem positiva. As opções de respostas eram nunca ou raramente que equivale a 0, às vezes ou frequentemente 1, muito frequentemente 2 e sempre 3 pontos. Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em duas vias. O projeto vinculado a esta avaliação foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob o nº (CAAE: 62029216.9.0000.5153) e registrado sob o número-PRJ 165/2013, no Registro de Atividades de Extensão-RAEX da UFV. Avaliou-se 453 adolescentes, sendo 11,7% (n=53) com triagem positiva, e desses 73,6% (n=39) do sexo feminino. Em relação ao estado nutricional dos participantes, observou-se que 87% (n=46) apresentavam eutrofia, 7% (n=4) sobrepeso, 4% (n=2) baixo peso e 2% (n=1) obesidade. Dos 53 com triagem positiva para TA, 43% (n=23) responderam sempre para as perguntas “fica apavorado com excesso de peso”, 49% (n=26) “quando se exercita pensa em calorias” e 40% (n=21) “preocupa com a gordura do corpo”. Observou-se o risco para o desenvolvimento de TA entre os adolescentes avaliados, sendo o risco maior no sexo feminino. No entanto, os adolescentes, em sua maioria, apresentaram estado nutricional adequado. Trabalhos como esse são importantes para diagnóstico precoce dos TA, uma vez que estes podem trazer consequências para toda a vida. |