Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 7547

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dança
Setor Departamento de Artes e Humanidades
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro UFV
Primeiro autor Camila de Oliveira
Orientador Frederico Souza Lima Bittencourt de Souza
Título Dança do Ventre: uma ferramenta para o autoconhecimento
Resumo O Núcleo de Desenvolvimento Social e Educacional (NUDESE), é uma das unidades do Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa (CenTev/UFV), onde se promove a melhoria da saúde e da qualidade de vida das pessoas através de capacitações, atividades físicas e dança em Viçosa. Em 2017, dentre as atividades realizadas, a dança do ventre foi oferecida de forma gratuita e aberta a população viçosense que tivesse interesse no tema, como ferramenta para desenvolvimento do autoconhecimento corporal. A dança do ventre é uma prática ocidental milenar que tem sua origem exata desconhecida, incorporada principalmente pela cultura árabe, consiste em uma atividade voltada principalmente para as mulheres. Desde sua origem apresentou um caráter ritualístico voltado à fertilidade feminina e atualmente é realizada como forma de cultura, lazer e atividade artística. Essa dança é uma atividade aeróbica que tem foco não apenas na preparação física, mas na sensualidade da mulher, através de movimentos que exaltam o ventre, o olhar e as curvas do corpo feminino. Dentro do NUDESE, a dança do ventre teve participação de 22 alunas, com idade entre 18 e 50 anos, de fevereiro a junho, duas vezes por semana com aulas de 50 minutos cada. As aulas foram ministradas de forma participativa e com abordagem teórico-prática. O ensino das técnicas e questões culturais inerentes à dança do ventre, o trabalho de presença cênica e conversas ao final sobre a percepção das alunas sobre seus corpos compunham a estrutura das aulas, registradas através de diário de campo. Através da análise desses registros foi possível identificar alterações que apontam para melhoria do autoconhecimento corporal. Entre elas está a diminuição dos olhares tímidos e risadas durante as conversas sobre o uso de musculaturas do assoalho pélvico (que estão relacionadas a atividades fisiológicas e sexuais) e a compreensão da postura sensual e da noção de individualidade na construção do que é ser sensual. Além disso, as roupas foram mudadas e passaram a expor mais o ventre evidenciando o quadril, com diminuição do julgamento moral e/ou estético sobre seus corpos; a aceitação de seus corpos, ainda que fora do padrão estético imposto pela sociedade, não se constrangendo em expor nas aulas estrias, celulites e “gordurinhas”, entendendo isso como parte de seus corpos que pode ser alterada, ou não. Outra mudança foi o aumento dos comentários sobre melhoras na confiança em si mesmas para realização de atividades em público e dois relatos de alunas sobre se sentirem mais confortáveis nas atividades da vida conjugal. Com isso, podemos perceber que a prática da dança do ventre, incluindo informações culturais que estruturam a técnica, a socialização de experiências entre mulheres e a criação de um ambiente confortável para o desenvolvimento dessa prática, mais do que uma atividade física, contribuiu também para desenvolver o autoconhecimento e aceitação de seus corpos e sua feminilidade.
Palavras-chave Dança do Ventre, Autoconhecimento, Atividade Física
Forma de apresentação..... Painel
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