Resumo |
Introdução: O uso do modelo animal knockout para o receptor adrenérgico beta 1 (KO β1-AR), é importante para avaliar sua participação nos mecanismos cardíacos de controle homeostático em estados patológicos onde a dinâmica cardiovascular está comprometida (Rohrer, 1998). Considerando que o treinamento físico contribui para a melhora da função cardiovascular em condições patológicas, compreender os efeitos do treinamento no transiente de Ca2+ em cardiomiócitos de camundongos KO β1AR poderá ajudar a elucidar o papel dos mecanismos intrínsecos da função cardíaca na ausência destes receptores. Objetivo: Verificar os efeitos do treinamento físico sobre o transiente de cálcio em cardiomiócitos de camundongos KO β1-AR. Material e métodos: Foram utilizados 24 camundongos machos da linhagem FVB e C57/BL6, com aproximadamente 4 meses de idade. Os camundongos foram distribuídos em quatro grupos experimentais com seis animais cada: Selvagem Controle (SC); KO β1-ARs Controle (KOβ1C); Selvagem Treinado (ST); e KO β1-ARs Treinado (KOβ1T). Os animais foram alojados em caixas plásticas coletivas (5 animais por caixa), mantidos em ambiente com temperatura de 22ºC ± 2ºC e regime de luminosidade de claro/escuro de 12 horas, receberam água filtrada e ração comercial ad libitum. O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso Animal (CEUA) da UFV (protocolo 59/2015). Os animais dos grupos ST e KOβ1T foram submetidos a um programa de treinamento de corrida de intensidade moderada em uma esteira rolante (5 dias/sem; 60 min/dia) durante 8 semanas. Os animais dos grupos controle foram mantidos por 5 minutos na esteira (3 x/sem). Após este período, a eutanásia dos animais foi realizada por decapitação (guilhotina) e miócitos do ventrículo esquerdo foram isolados por meio de dispersão enzimática (colagenase). Para as medidas do transiente intracelular global de cálcio os cardiomiócitos foram incubados com Fura-2AM e estimulados a 1Hz, em temperatura ambiente, e o transiente obtido por meio de epifluorescência. Resultados: A amplitude do transiente foi menor nos animais KOB1C (0,231 ± 0,032 Fura-2 340/380nm), comparado com os C57C (0,407 ± 0,037 Fura-2 340/380nm). A amplitude do transiente nos animais KOB1T (0,324 ± 0,029 Fura-2 340/380nm) foi maior, em relação aos KOB1C (0,231 ± 0,032 Fura-2 340/380nm). O tempo para o pico do transiente foi maior nos animais KOB1C (72,760 ± 1,435 ms) que nos C57C (69,179 ± 1,661 ms), assim como nos animais KOB1T (73,544 ± 1,310 ms), em relação aos C57T (68,469 ± 1,381 ms). O tempo para 50% do decaimento do transiente de cálcio não foi diferente entre os grupos. Considerações finais: O programa de treinamento de corrida de intensidade moderada por 8 semanas aumentou a amplitude de transiente de cálcio nos cardiomiócitos dos animais KOB1. Entretanto, não afetou os tempos para elevação e decaimento do transiente. |