Resumo |
A atuação dos intelectuais na vida pública requer permanente reflexão com o objetivo de entender seu papel na construção da democracia. Nessa direção, a compreensão de sua presença e importância tem sido alvo de diversos estudos na tentativa de mapear seu protagonismo nos processos de modernização e na construção da agenda política brasileira ao longo do século XX. A sociologia, nesse sentido, se torna um objeto de estudo valoroso por instigar o debate sobre os problemas públicos e abordar temas que problematizam as relações sociais, merecendo, com efeito, atenção especial. Sobretudo após a obrigatoriedade da inclusão da sociologia no ensino médio, através da lei nº11.684/2008, a disciplina entra nas escolas influindo em sua concepção e organização, transpondo os limites das universidades, atingindo o cotidiano de milhões de jovens brasileiros. O caráter da disciplina e seus agentes ganham importância na construção dos espaços e sujeitos da escola. Por isso, a discussão sobre a elaboração dos conteúdos, as técnicas e métodos de ensino, vem sendo potencializadas na área, mesmo que a sua consolidação e legitimação não seja ainda uma realidade. Pelo caráter próprio da disciplina, o perfil de professores, sua formação e recrutamento, tornam-se um dos objetos que requer maior atenção das ciências sociais. Nesse sentido, a presente pesquisa teve como proposta inquirir os professores de sociologia do município de Viçosa-MG com o objetivo de traçar um perfil substantivo sobre sua formação e prática. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, identificando o modo como os professores de sociologia apreendem a escola, sua atuação, a disciplina e seu papel. Num segundo momento, a pesquisa analisou os modelos formativos e os currículos aos quais estes docentes foram submetidos. Por fim, foram analisadas as políticas de fomento à formação docente em curso na Universidade Federal de Viçosa, com o propósito de refletir acerca do papel da disciplina na construção da democracia no país. |