Do Lógico ao Abstrato: A Ciência no Cotidiano

23 a 28 de outubro de 2017

Trabalho 7513

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História
Setor Departamento de História
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Rosana Coelho de Alvarenga e Melo
Orientador CAROLINA MAROTTA CAPANEMA
Título A ESAV e a Lepra
Resumo De acordo com P.H. Rolfs (norte-americano encarregado da implantação da Escola Superior de Agricultura e Veterinária - ESAV, hoje UFV) no Relatório intitulado "Primeiro Annuário , 1927", Minas Gerais contaria nos anos 1920 com umas 8 mil pessoas sofrendo de lepra e que deveria ser uma obrigação de todo brasileiro ajudar na busca de soluções para esse terrível mal. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Foi descoberta em 1873 por um cientista chamado Hansen, o nome dado a ela é em homenagem ao seu descobridor. Entretanto, esta é uma das doenças mais antigas já registradas na literatura, com casos na China, Egito e Índia, antes de Cristo. Um dos resultados da pesquisa foi descobrir que já em 1922 P.H.Rolfs tomou providencias para fazer chegar na ESAV uma muda de uma árvore ( Taraktogenis Kurzii) originária da Ásia, e que a partir de suas folhas se produzia o óleo de chaulmoogra que estava sendo usado no tratamento da lepra. Esta muda foi plantada e cuidada pelo próprio P.H.Rolfs . As descrições do uso medicinal do óleo de chaulmoogra são anteriores a era cristã. No Brasil, destaca-se o registro das pesquisas feitas por Theodoro Peckolt, farmacêutico alemão que se estabeleceu no Rio de Janeiro em 1848.Dentre as muitas pesquisas realizadas por Peckolt, entre 1861 e 1869, está o estudo da Sapucainha (Carpotroche brasiliensis), que a sabedoria popular já indicava para tratar afecções de pele. Ele conseguiu isolar o que conhecemos hoje como óleo de chaulmoogra.A Sapucainha era o que P.H. Rolfs precisava. Uma planta nativa que pudesse ser cultivada no quintal seria a solução.A partir de 1923 Rolfs se empenhou, juntamente com alguns professores da instituição, em localizar árvores da Sapucainha, coletar sementes, fazer sementeiras, enxertia, estacas, plantar e “domesticar” a cultura para mais tarde distribuir as mudas.Conseguiu produzir mais de mil mudas no campus e outras tantas foram enviadas para outros centros de pesquisas, como a Estação Federal de Pomicultura de Deodoro, no Distrito Federal, Rio de Janeiro. Enquanto alguns institutos importavam o óleo de chaulmoogra da Ásia, a ESAV já o produzia aqui.

Esta pesquisa foi então realizada nos documentos históricos da UFV, disponíveis no Arquivo HIstórico e no repósitório digital "Locus"e também no repositório digital da Universidade da Flórida, com objetivo de entender a dinâmica desenvolvida pela "instituição em formação" e suas ações para ajudar no tratamento da hanseníase. Além disso pretende-se contribuir no sentido de apresentar informações sobre as primeiras pesquisas realizadas, e mostrar o papel fundamental que a ESAV teve no estudo das plantas medicinais no Brasil.
Palavras-chave História da Instituição, saúde pública, ESAV
Forma de apresentação..... Oral, Painel
Gerado em 0,59 segundos.