Resumo |
O tomate, pertencente à família das Solanáceas, encontra-se entre as hortaliças mais consumidas no mundo, sendo uma fonte de vitaminas A e C e de sais minerais como potássio e magnésio. A produção anual brasileira de tomate é estimada em 4,4 milhões de toneladas, sendo dois milhões de toneladas destinados ao mercado na forma in natura e o restante ao processamento industrial da polpa. A produtividade bem como a qualidade é influenciada por uma nutrição mineral adequada, uma deficiência ou excesso dos nutrientes compromete o metabolismo das plantas, direta ou indiretamente, contribuindo para modificações na forma e composição química, morfologia e anatomia. O potássio é um fator limitante na produção de tomate, sendo o macronutriente mais absorvido pelas plantas. O fertilizante comercial mais utilizado para o suprimento de potássio é o cloreto de potássio, o qual contém 50 a 52% de K, porém possui 47% de Cl como íon acompanhante. Assim, altas doses de cloreto de potássio podem acarretar toxidez por cloro. No entanto, a sua alta salinidade pode comprometer o crescimento e distribuição das raízes assim como a absorção de água e nutrientes ao diminuir o potencial osmótico próximo à rizosfera. Desta forma, objetivou-se avaliar o efeito de diferentes níveis de cloreto de potássio no crescimento de tomateiro, cultivado em sistema hidropônico em solução nutritiva. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, quatro tratamentos e três repetições. Os tratamentos consistiram de três níveis de cloreto de potássio (K2Cl2 - 2 mmol L de K e Cl, K7Cl7 - 7 mmol L-1 de K e Cl, K12Cl12 - 12 mmol L-1 de K e Cl) e uma testemunha. O tratamento testemunha correspondeu à solução nutritiva padrão recomendada por Steiner. Cada parcela foi constituída por uma planta por vaso. As mudas adquiridas comercialmente foram transplantadas em solução uma força, logo após a remoção total do substrato e a lavagem das raízes, quando apresentavam três cm de altura. As soluções foram preparadas em baldes plásticos com capacidade para 50 L com base nas concentrações de macro e micronutrientes em solução nutritiva de Steiner modificada (mmol L-1) para níveis de K e Cl, conforme os níveis dos nutrientes apresentados, sendo que durante o seu preparo foi realizado o monitoramento da condutividade elétrica e do pH. Realizou-se, diariamente, a reposição da água e ajuste do pH a 6,5, quando necessário. A condutividade elétrica foi determinada a cada quatro dias. Aos 28 dias após o transplantio, foram avaliadas a matéria fresca de parte aérea e de raíz, matéria seca de parte aérea e de raíz, matéria seca total e altura das plantas. Para todas as características agronômicas avaliadas não se verificou diferença significativa entre os tratamentos. Conclui-se que os níveis de cloreto de potássio estudados não afetaram o crescimento das plantas de tomateiro. O K12Cl12, nível considerado alto, não ocasionou efeito salino nas plantas e o K2Cl2, nível considerado baixo, a deficiência. |