Resumo |
No Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), um dos subprojetos da Pedagogia atua com a educação especial em articulação com a educação inclusiva em escolas municipais de Viçosa/MG, inserindo assim o licenciando a vivenciar em tais escolas a educação inclusiva. Entre as atuações deste projeto está o atendimento a alunos autistas, que apresentam um desenvolvimento atípico na interação social, comunicação verbal e não verbal, um repertório restrito de atividades e interesses e, tendência a rotinas rígidas. A ação ocorreu em dois dias letivos integrais em duas escolas de Viçosa, no ensino infantil e fundamental, durante um semestre letivo. Os registros escritos foram transcritos pós-evento. Os alunos do infantil tinham 3 e 4 anos e os do ensino fundamental, 6 (1º ano) e 10 anos (5º ano). Todos frequentavam a sala de recursos multifuncional no contraturno escolar. As alterações apresentadas pelos alunos eram: falta de coordenação motora; comportamentos impulsivos, dificuldade de atenção, de verbalização, de enturmação e de adaptação a rotina escolar, além de apego a um único brinquedo. Para favorecer a aprendizagem de alunos com estes perfis foram realizadas atividades pelas bolsistas, durante o primeiro semestre letivo, com os seguintes recursos: alfabetos móveis, imagens ilustrativas e desenhos impressos para colorir e com a letra ou número para correspondência, massa de modelar, pintura, colagens, rasgar papel com as mãos, percorrer labirintos em madeiras, contar histórias com dedoches, jogos de encaixe e matemáticos, leituras com produção artística coletiva, ordens diretas, diálogos para estimular a linguagem oral e atividades em pequenos grupos. Notou-se avanços dos alunos do infantil quanto a identificação do nome próprio escrito e verbalizado, maior pronúncia de palavras. Nos alunos do fundamental houve a ampliação da consciência fonológica com reconhecimento de grafemas e identificação de sílabas, reconhecimento numérico e de quantidade, mais vocalizações comunicativas. Todos os alunos tiveram melhora da coordenação motora e aumento da convivência interpessoal. Os resultados obtidos possibilitam um maior entendimento sobre a atuação pedagógica no autismo, sugerindo uso de recursos visuais, jogos pedagógicos e motores, comunicação direta e frases curtas para estimular a compreensão da linguagem e sua produção, favorecendo a capacidade de antecipação e flexibilidade do pensamento. Dessa forma, espera-se que vivências de formação neste foco ampliem a perspectiva da inclusão escolar tanto nas escolas como nas futuras ações dos licenciandos, indicando a necessidade de uma atuação docente com práticas e recursos adequados, para que o ensino atinja a especificidade de cada educando. |