Resumo |
O câncer de pele do tipo melanoma, apesar de ser o tipo de câncer de pele menos incidente no Brasil, é o que possui o maior índice de mortalidade (Lourenço, 2013), e isso se deve ao seu alto potencial para produzir metástases (Lebsa-Weber, 2007). O tratamento mais utilizado para o câncer é a quimioterapia antineoplásica, na qual os quimioterápicos afetam tanto as células normais como as neoplásicas. A terapia ocorre porque acarretam maior dano às células malignas do que às dos tecidos normais, devido às diferenças quantitativas entre os processos metabólicos dessas duas populações celulares. Logo, são as diferenças existentes entre o crescimento das células malignas e das células normais, caracterizados por várias etapas, bem como as pequenas diferenças bioquímicas verificadas entre elas que provavelmente se combinam para produzir os efeitos específicos da quimioterapia (Schulze, 2007). Entretanto, um grande problema no tratamento do câncer que limita em muito sua eficácia é o desenvolvimento de resistência de algumas populações de células tumorais aos quimioterápicos conhecidos. Isso acontece devido às características intrínsecas da terapia como a capacidade de selecionar algumas células cancerosas que poderão vir a se tornar linhagens progressivamente mais agressivas. Tal fenótipo de não responsividade aos quimioterápicos pode representar uma desvantagem perigosa uma vez que eleva o risco de recidiva (Saito, 2014). Assim, este estudo teve como objetivo avaliar o efeito antineoplásico e antiproliferativo de um composto derivado de cisplatina (PtK2K), desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Química da Universidade Federal de Viçosa. Metodologia: Linhagens celulares B16F10 (derivada de um melanoma murino) e melan-a (derivada de melanoblastos epidermais normais de camundogos C57BL/6), foram plaqueadas em placas de 96 poços e mantidas em estufa de CO2 a 37°C até a semiconfluência. Posteriormente diferentes concentrações das drogas (Cisplatina e PtK2K) em estudo foram adicionadas aos poços e incubados por 72 horas nas condições padrão. Decorrido este tempo, o efeito citotóxico da droga era avaliado pelo ensaio de MTT. Para o ensaio citostático, a droga era substituída por meio completo e incubado por 2PDT (tempo de duplicação da população), posteriormente a capacidade proliferativa da linharagem era avaliada pelo método do MTT. Resultados: O estudo dos efeitos citotóxicos e citostáticos realizados na linhagem de melanoma responderam ao protocolo experimental estabelecido neste estudo. Para a Cisplatina, o valor encontrado para IC50 está dentro dos parâmetros encontrados na literatura. Com relação ao composto PtK2K, não foi possível estabelecer o valor para IC-50, visto que as células de melanoma não foram sensíveis ao tratamento. Por outro lado, neste estudo podemos perceber que este composto provoca um aumento de células viáveis a medida que a concentração aumenta, ou seja possui efeito proliferativo. |