Resumo |
Tradicionalmente, acredita-se que a unidade básica de saúde deva constituir um ambiente de promoção de qualidade de vida e saúde, proporcionando práticas que contemplem a complexidade do ser humano. A esse desafio, soma-se o contexto dos portadores de transtornos mentais, os quais precisam reconstruir os laços sociais e serem inseridos nos espaços de circulação cotidiana. Com base nisto, as atividades lúdicas representam potenciais estratégias de entretenimento, inserção e integração social, através da troca de experiências entre os participantes. Nesta perspectiva, foi realizada a atividade “Pintando a Saúde” para portadores de transtorno mental da zona rural do Distrito de Cachoeirinha, Viçosa, Minas Gerais.O objetivo do trabalho consiste em relatar a experiência durante a realização de atividades lúdicas com portadores de transtornos mentais da zona rural do Distrito de Cachoeirinha, Viçosa, Minas Gerais.A atividade intitulada “Pintando a Saúde” foi realizada durante o módulo prático da disciplina Enfermagem na Saúde Coletiva I, planejada e operacionalizada por cinco alunos de Enfermagem, um docente e duas agentes comunitárias de saúde (ACS), realizada na Escola Municipal do distrito de Cachoeirinha, em que os dez participantes realizaram as atividades de colorir, pintar, colagens, jogos e dobraduras. A divulgação da oficina foi feita antecipadamente pelas ACS's por meio de convite impresso aos portadores de transtornos mentais; os quais foram conduzidos até o local das atividades através de veículo próprio da UFV. Durante as atividades lúdicas os participantes estabeleceram um diálogo, compartilhando com os demais indivíduos, incluindo os alunos e profissionais da equipe histórias pessoais e perspectivas sobre práticas de saúde e cuidado. Tal experiência promoveu a integração social entre os portadores de transtornos mentais, alunos e a equipe de saúde, por meio da troca de vivências e construções sociais sobre cuidado, saúde e doença; que muito contribuíram para a construção de um projeto terapêutico individualizado e a integração do ensino com o serviço de saúde local.Em suma, a atividade lúdica desenvolvida com portadores de transtorno mental revelou-se uma estratégia potencial para a promoção de reflexões sobre saúde, doença e do cuidado, além de permitir maior integração entre os usuários e a equipe de saúde; proporcionando a criação de novos modos de fazer saúde que transcendem a perspectiva curativista e biologicista. |