Resumo |
Introdução: O peso ao nascer é uma variável de grande importância no contexto de saúde pública. Isso decorre, por ser considerado um indicador de morbimortalidade neonatal e infantil. No entanto, outros determinantes podem influenciar nessa variável, incluindo o sexo do recém-nascido (RN) e o tipo de parto1,2. Objetivos: Analisar a associação entre o sexo e o tipo de parto com o peso ao nascer. Metodologia: Para levantamento de dados buscou-se prontuários maternos de todos os partos de RN vivos no município de 1992-2001, sendo incluídos no estudo 8941. Identificou-se os registros de tipo de parto, peso ao nascer e sexo do RN, sendo excluídos todos que não apresentavam registro de uma dessas variáveis. O peso de nascimento foi dividido em quatro grupos: baixo peso (<2500g), peso insuficiente (2500g a 2999g), peso adequado (3000g a 3999g) e macrossomia (> ou igual a 4000g); cada grupo foi relacionado de acordo com o sexo e o tipo de parto. Os dados foram organizados em planilha Excel e utilizado o teste qui-quadrado para análise das variáveis, nível de significância de 5%. O presente trabalho faz parte de um estudo maior intitulado: “Condições de nascimento e avaliação do leucograma na adolescência: Interação com o estado nutricional, composição corporal e riscos cardiovasculares” e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa. Resultado: Dentre os 8941 prontuários analisados há predominância de RN do sexo masculino, 51,5%, em relação ao feminino 48,5%, dados semelhantes foram encontrados em um estudo realizado em Foz do Iguaçu/Paraná3. Chamou atenção o fato de que a macrossomia está mais presente no sexo masculino, 68,4%, assim como o peso adequado 55,2%; já o baixo peso e o peso inadequado são mais prevalentes entre o sexo feminino 56,6% e 55,4%, respectivamente. O baixo peso ao nascer representa um fator importante para a morbimortalidade neonatal e infantil e é considerado um preditor da sobrevivência infantil3. Quanto ao tipo de parto, houve incidência de 5978 partos cesárea; 2934 partos normais e 14 fórceps. A incidência de cesáreas foi de 53,5% para baixo peso; 66,1% peso inadequado; 69,1% peso adequado e 71,6% macrossomia. Verificou-se significância entre peso ao nascer e o tipo de parto (p<0,001), o mesmo foi observado na associação entre sexo e peso ao nascer (p<0,001), através do teste de qui-quadrado. Da mesma forma, é encontrado na literatura outros estudos em que há correlação dos mesmos e que analisaram essas e outras variáveis4. Conclusão: Dado o exposto, observou-se que a presente pesquisa aponta relação entre o peso ao nascer com sexo do RN e tipo de parto. Uma vez que as mesmas podem ser influenciadas por outros fatores, como situação socioeconômica, escolaridade da mãe, semanas de gestação e acompanhamento de pré-natal, 4 faz-se necessário análise do perfil da gestante e assim, a construção de estratégias que visem a diminuição do número de RN com peso inadequado. |