ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Pós-graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Artes, literatura e cultura popular |
Setor | Departamento de Letras |
Bolsa | CAPES |
Conclusão de bolsa | Não |
Apoio financeiro | CAPES |
Primeiro autor | Laio Monteiro Brandão |
Orientador | JOELMA SANTANA SIQUEIRA |
Outros membros | Lucca de Resende Nogueira Tartaglia |
Título | Projeto poético e poesia social em Carlos Drummond de Andrade |
Resumo | Ao contrastarmos parte da fortuna crítica a respeito do poeta de Itabira notamos a variedade de perspectivas pelas quais sua obra foi abordada, mas notamos também certa unidade de sentido nessas abordagens. Tanto para Sant’anna quanto para Carpeaux, há na obra de Drummond uma dualidade indivíduo/sociedade, ou “eu” e o “outro”, que se revela de diversas maneiras. Tanto em seu conteúdo quanto em sua forma. O trabalho busca contribuir para maior compreensão de alguns aspectos da poesia de Carlos Drummond de Andrade a partir da interpretação de dois autores-chave: Affonso Romano Sant'anna e Otto Maria Carpeaux. Com o primeiro evidenciando um coral expressivo de vozes poéticas - poesia irônica, social, e metafísica - que chamou de “projeto-poético-pensante”, e o segundo analisando o caráter social da poesia de Drummond, expresso por duas “séries de símbolos”, de coletividade (mar) e individualidade (lagoa), como expressão de uma tensão pessoal e interior do poeta, indivíduo(lagoa), frente à sociedade (mar), ampla. Se para Sant’anna (1992) o “projeto poétco-pensante” do poeta se mistura de forma indissociável com o homem Carlos Drummond de Andrade, essa relação poético-biográfica se revela em sua poesia social por meio da “piedade”, da compaixão com o próximo, o outro, a sociedade, como aponta Carpeaux (1999). É assim que o “Dummond lagoa”, ao se chocar com a vastidão além de Itabira, vai captando os dramas da “sociedade mar”, assim que ele pequeno, cercado e limitado se choca com a vastidão da maré agitada, das gentes e no vai-e-vem da capital em processo de industrialização. E nela sente as dores do povo e a sua própria. Sendo assim, ao sentir as dores do mundo, as mazelas do cotidiano coletivo e individual, Drummond as sintetiza em metáforas como “lagoa” e “mar”, e que formalmente se revelarão na ausência da rima e da métrica, sendo então a expressão aparente e formal da desarmonia, da angústia apontada por Carpeaux. Justamente do que nos fala Ezra Pound (2006) com seu “condensare” e que segundo ele “literatura é linguagem carregada de significado. Grande literatura é simplesmente linguagem carregada de significado até o máximo grau possível.” Sendo assim, se cabe ao narrador revelar em literatura sua vivência adquirida, cabe ao poeta condensar o maior grau de significação possível em poucas palavras, num meio primitivo como é o da poesia, podendo conter um poema mitos inteiros. Que para Carpeaux se revelou na noção universal e milenar da piedade, difundida pelo mito cristão. É nesse processo dialético de inter-relação entre indivíduo e sociedade que se revela parte da poesia social de Carlos Drummond de Andrade, e que ele nos deixa esse esforço de consideração pelo outro, pela sociedade, pelo humano - traduzido poeticamente, pois “Os poetas são os nossos órgãos para compreender o mundo” (DILTHEY apud CARPEAUX, 2011). |
Palavras-chave | Poesia, Drummond, Carpeaux |
Forma de apresentação..... | Painel |