Resumo |
Introdução: A enfermagem possui papel importante na realização de cuidados a todos os tipos de patologias, porém encontram-se dificuldades quando tais cuidados devem ser oferecidos em pacientes sem diagnósticos definidos. Nós acadêmicas vivenciamos esse desafio ao nos depararmos com um paciente em hipótese diagnóstica de LEMP (Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva). A LEMP é uma doença oportunista, desmielinizante do SNC, causada por infecção dos oligodendrócitos (vírus JC) e que acomete indivíduos imunossuprimidos. As manifestações são neurológicas, tais como déficits motores, alterações cognitivas, distúrbios oftalmológicos, cefaleia, convulsões e alterações sensoriais. A biópsia cerebral completa é usada para diagnóstico, trazendo a veracidade do mesmo. A doença evolui progressivamente, levando o paciente a óbito de 6 a 9 meses após o início do quadro. Portanto, a LEMP é uma doença grave, sem tratamento específico, exigindo um plano de cuidado de enfermagem sistematizado e integral. Objetivo: Relatar a experiência de atuação da enfermagem diante uma patologia rara, utilizando a Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE). Descrição das principais ações: Experiência vivenciada por três acadêmicas de Enfermagem e um docente, em hospital filantrópico de Viçosa – MG, após um trabalho realizado na disciplina Enfermagem na Saúde do Adulto I no primeiro semestre de 2015. Foram realizadas pesquisas em artigos científicos, literaturas de enfermagem e conversa com equipe médica e enfermagem. Resultados alcançados até o momento: O paciente teve avanço rápido e progressivo do quadro, sendo submetido a isolamento devido ao seu comportamento agressivo, que pode ter sido ocasionado pelos efeitos adversos da terapêutica medicamentosa bem como pela multirresistência aos antibióticos. O plano de cuidados de enfermagem foi: Monitoramento dos SSVV; Redução do estresse e ansiedade através do diálogo; Controle da dor, observando a ocorrência de indicadores não verbais de desconforto e assegurando cuidados precisos de analgesia; Apoio familiar e relação de confiança; Utilização de técnicas assépticas adequadas nos procedimentos; Promoção de ingesta nutricional adequada; Estímulo ao repouso e atenção às medicações a fim de reduzir os sintomas. O incremento dos cuidados minimizou a perda cognitiva, o estresse, agitação e ansiedade, do qual o paciente se encontrava, melhorando seu bem estar. A hipótese diagnóstica de LEMP foi evidenciada a partir de exames como TC de crânio, coleta de líquor, entre outros, mas não pode ser confirmada devido ao paciente ter ido a óbito Conclusões: Essa experiência nos trouxe grande aprendizado no momento em que nos fez lidar, diante a dificuldade, com uma hipótese de doença rara e de evolução rápida, na qual pequenos cuidados faziam diferença. Percebe-se como a enfermagem consegue reduzir riscos e sintomas, atuando para melhoria do bem estar de pacientes sem diagnósticos reais. |