Outros membros |
Bruna Almeida Leão Ayupe, Fúlvia Ventura Leandro Amorim, Grasielle Avelar Vieira Rodrigues, Juliana da Silva Paula, Marcia Fernandes Quintão da Silva, Thais Mendes Orlando, Wilson Fernando Pereira da Silva |
Resumo |
As crianças surdas em idade escolar do município de Viçosa, MG, encontram-se dispersas em escolas inclusivas, algumas sem interpretes de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e/ou Atendimento Educacional Especializado (AEE), ambos garantidos por lei. Associado a isso, no Brasil 95% dos estudantes surdos são pertencentes a famílias ouvintes, não sendo expostos desde pequenos a sua primeira língua, a LIBRAS. Com isso, esses estudantes chegam as escolas sem o domínio da língua natural, sendo incluídos ao modelo educacional oral para o aprendizado do que deveria ser a sua segunda língua. Esta situação leva a uma formação fragilizada, pela ausência de linguagem e da comunicação. No entanto, esta não é uma situação decorrente da condição do sujeito surdo, mas sim da falta de oportunidade deste na aquisição de sua língua natural. Neste contexto, integrantes locais do Movimento Bilíngue Surdo de Minas Gerais, que reivindicam a educação bilíngue no município, paralelamente a articulação de políticas públicas para garantir os direitos dos surdos, criaram, no início de 2015 a Sala de Aprendizagem Bilíngue (SAB). Focada na integração de estudantes surdos, e destes com a comunidades surda, na aquisição da LIBRAS e no apoio ao desenvolvimento da segunda língua, o português na modalidade escrita. Em conjunto com os membros da SAB, o grupo de estudos BIOLIBRAS, que iniciou suas atividades em 2014, no Departamento de Biologia Geral da UFV, construíram a proposta do projeto de extensão em questão. Tal proposição se estruturou por considerar que a linguagem e o entendimento das ciências ensinadas na escola são um importante desafio no processo de ensino aprendizagem das crianças surdas. Sendo assim, o objetivo deste projeto é ampliar as atividades da SAB incluindo atividades de iniciação ao Ensino de Ciências. O trabalho oportuniza uma participação mais ativa no aprendizado dos estudantes surdos que estão entrando na vivência escolar, nos primeiros anos do Ensino Fundamental, bem como favorece uma rica formação aos licenciandos e demais membros da equipe. No primeiro semestre de 2015, a SAB atuou com quatro crianças surdas, em dois encontros semanais, realizados no contra turno das escolas inclusivas. Para tal, a equipe foi composta por membros surdos e ouvintes, da UFV e externos. A vivência propiciou a aproximação das crianças com a LIBRAS, fortalecendo a identidade surda, bem como a reflexão contínua da equipe sobre os desafios associados ao contexto escolar e familiar das crianças. Com base nessas reflexões o grupo iniciou ao final do primeiro semestre de 2015 atividades com as famílias das crianças, considerando a importância do envolvimento destas com a LIBRAS e com as ações da SAB. A partir dessa aproximação foi levantada a temática do Corpo Humano e Saúde, como demanda do contexto familiar, a ser desenvolvida no presente semestre, associando a iniciação ao ensino de Ciências, com o ensino da LIBRAS e do português na modalidade escrita. |