Resumo |
De forma geral, uma pessoa é dita empreendedora se desenvolve atividades que envolvem risco, inovação e sucesso. Mas, empreendedorismo é algo além de tais ideias. Será, por exemplo, que uma pessoa só é empreendedora quando obtém sucesso? Para alguns autores, como Schumpeter (1984), empreender é alterar a ordem econômica estabelecida, criando, revolucionando, inovando. Por outro lado, para outros, como Kizner (1973), empreender é gerar a ordem, ou seja, estabelecer o equilíbrio enxergando oportunidades ante a turbulência. Seja qual for a melhor definição, o fato é que o empreendedorismo possui grande importância para a economia e para o desenvolvimento social e tecnológico, seja em âmbito de cidades e estados, ou mesmo de regiões e países. No Brasil, na década de 1990, com a criação do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e da Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software), teve início o movimento empreendedor. Antes disso, o ambiente propício para se empreender nem no âmbito econômico nem no político era limitado, de tal forma que o nível de informações e auxílios gerais aos atuais e futuros empreendedores era escasso. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo analisar a relação entre o nível de empreendedorismo nos Estados brasileiros às seguintes variáveis que o influenciam: Ambiente, Educação, Empresa (TEA – Taxa de Empreendedores Individuais, Empresas de Alto Crescimento e Empresas Gazelas), Mercado e Força de Trabalho, Renda e Saúde. Para definir as variáveis, foram coletados dados de quatro diferentes fontes: IBGE, Relatório GEM Brasil, InepData, Banco Central do Brasil e DATASUS. Em seguida, com o objetivo de facilitar a análise dos dados, foi utilizada a Análise Fatorial para criar índices (fatores) que representem tais variáveis, o que resultou em três índices. Posteriormente, foi calculada a correlação entre estes e um indicador de empreendedorismo, neste caso, o número de pessoas ocupadas por conta própria, disponibilizado pelo IBGE. Através do fator referente às limitações e promoções do empreendedorismo, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são aqueles de maior destaque. Quanto ao fator que exprime o perfil de renda dos Estados (contribuição previdenciária, Gini e PEA), os Estados das Regiões Sudeste e Sul e o Amapá têm destaque em comparação aos demais. Por fim, quanto ao fator que denota o ambiente de melhores condições de oferta de crédito, há maior diversidade interestadual. Por fim,, quanto à relação entre empreendedorismo e o ambiente que o cerca (propicia), apenas o perfil ambiental referente às limitações e promoções mostrou-se relacionado positivamente. Como os Estados de maior destaque para este fator são os da Região Sudeste, justamente os mais desenvolvidos do país, pode-se se concluir que empreendedorismo e desenvolvimento econômico são variáveis afins para o país. |