Resumo |
Introdução: A avaliação da vitalidade do recém-nascido (RN) e o peso ao nascer são de grande importância, pois representam fatores associados à morbimortalidade neonatal, responsável por 70% das mortes no primeiro ano de vida1. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), RN com peso inferior a 2999g, apresentam alta probabilidade de adoecimento ou óbito2. A vitalidade fetal é classificada através do Índice de Apgar (IA), desenvolvido pela médica Virginia Apgar, em 1953. Que consiste na avaliação da frequência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele, no 1º, 5º e 10º minutos de vida3. Para cada um dos itens é atribuída uma nota de 0 a 2, somando 0 a 10 pontos. Nota entre 8 e 10 significa boa vitalidade, nota 7 relaciona-se a leve dificuldade, entre 4 e 6 diz-se de uma dificuldade moderada, e 0 a 3 RN grave4. Objetivo: Associar o peso de nascimento ao IA como instrumento de avaliação da vitalidade fetal. Metodologia: Pesquisa quantitativa a partir de prontuários hospitalares de parturientes de Viçosa. Este trabalho faz parte de um estudo intitulado: Condições de nascimento e alterações no leucograma na adolescência: Interação com o estado nutricional, composição corporal e risco cardiovascular. Para análise dos dados gerou-se duas categorias em relação ao IA: ≤7 dificuldade em adaptação à vida extrauterina e >8 boa vitalidade. O peso nascer foi classificado de acordo com a OMS em baixo (BP), insuficiente (PI), adequado (PA) e macrossomia (PM)5. Resultados: Foram avaliados 9762 prontuários, desses 7298 e 7655 continham registros de Apgar no 1º e 5º minuto respectivamente. No primeiro minuto observou-se 1123 RNs com índices ≤7 e 6175 com IA >8. No quinto minuto 288 apresentavam índices ≤7 e 7367 com valores >8. Quanto ao peso encontrou-se 859(8,8%) RN com BP, 2792(28,6) com PI, 5781(59,2%) PA e 330(3,4%) de PM. No primeiro minuto em RN com PA observou-se, 569(50,7%) de IA ≤7 e 3778(61,2%) >8. No BP 212(18,9%) obteve nota ≤7 e 406(66%) nota >8. No quinto minuto 100(34,7%) RN de PA, tiveram IA ≤7 e 4446(60,4%) >8. Nos BP 96(33,3%) receberam nota ≤7 e 563(7,6%) IA >8. A análise de qui-quadrado demonstrou associação significante entre o peso ao nascer e o IA. O teste de correlação também apresentou significância, observou-se que no primeiro e quinto minuto os RNs com maiores pesos apresentaram maiores índices de Apgar. Esses dados divergem de estudo realizado em Campinas6 que encontraram médias de Apgar no primeiro e quinto minutos >8, em RN pequenos para idade gestacional. Conclusão: Os resultados desse trabalho demonstram a relevância do monitoramento da gestante durante as consultas de pré-natal, em especial ao ganho de peso, mudanças nos hábitos e comportamentos, visto que esses fatores refletem no peso do RN. Os profissionais de saúde devem atentar para adesão precoce da mulher ao pré-natal e suas rotinas, visando a promoção da qualidade de vida da mulher e do concepto. |