Conexão de Saberes e Mundialização

19 a 24 de outubro de 2015

Trabalho 5009

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Artes, literatura e cultura popular
Setor Departamento de Letras
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Diana Gonzaga Pereira
Orientador ANGELO ADRIANO FARIA DE ASSIS
Título Retratos de Angola: a construção da identidade pela memória na Luanda pós-guerra através da escrita de Ondjaki
Resumo O crescente interesse voltado aos estudos africanos de língua portuguesa vem trazer à tona questões recorrentes e atuais que abordam desde a incessante temática da guerra até o surgimento de uma nova e promissora literatura.
Este trabalho compreende o período pós-independência (1975) partindo da análise do romance Bom dia camaradas, do escritor angolano Ondjaki.
A escolha desde autor se deve ao fato de ele ser apenas dois anos mais novo que a independência, ou seja, pode ser visto como uma testemunha do processo de (re)construção de Angola enquanto nação.
Bom dia camaradas apresenta a temática da infância, do ensino nas escolas pelos professores cubanos, a presença dos soviéticos, as brincadeiras, os medos, os mitos e as descobertas da transição para a adolescência - processo que pode ser interpretado como uma metáfora da condição de Angola. A linguagem de Ondjaki, rica em lirismos e neologismos, casa perfeitamente com a criatividade e espontaneidade presentes no povo angolano.
Para as análises propostas, este trabalho é sustentado pelas observações de historiadores como Pierre Nora, com seus "lugares de memória", Jacques le Goff, com a documentação de fatos, objetos e lugares, Maurice Halbwachs, a respeito das políticas e relações de formação e propagação da memória, Andreas Huyssen, sobre as questões de apego exagerado ao passado, ao medo do futuro, entre outros.
Paralelamente aos historiadores, seguem também as observações literárias de autores africanos de língua portuguesa como Luandino Vieira, Pepetela, Mia Couto e José Eduardo Agualusa, que contribuem para a compreensão do contexto e do cenário africano de maneira geral, bem como as críticas sócio-políticas de Frantz Fanon e Terry Eagleton.
A escrita Ondjaki vem acrescentar a esse time, um romance que, sem dúvida, é um retrato do processo de formação de identidade angolana. Sua linguagem poética demonstra a alegria e o bom humor do povo apesar das adversidades e, acima de tudo, denuncia, por trás da ingenuidade aparente, a crítica ao colonizador e ao sistema interno de luta pelo poder.
Palavras-chave Literatura, história, memória
Forma de apresentação..... Painel
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