Resumo |
INTRODUÇÃO: O câncer de mama é o segundo tipo de neoplasia maligna mais frequente no mundo, sendo considerado um grave problema de saúde pública devido alta incidência e mortalidade. No Brasil, até 1980, observou-se uma tendência crescente da mortalidade por esta causa, mas, ressalta-se uma diminuição para as mulheres residentes nas capitais, a partir do final da década de 90. Apesar das ações e estratégias para prevenção deste tipo de neoplasia, em 2012 a taxa de mortalidade padronizada por idade no país foi de 12,10 óbitos/100 mil mulheres. De acordo com estimativas do INCA 2014/2015 espera-se para o Brasil, 57.120 novos casos/100 mil mulheres, destes 5.210 para Minas Gerais. OBJETIVOS: Descrever e analisar as taxas de mortalidade por câncer de mama no estado de Minas Gerais por faixa etária e microrregião de saúde no período de 1998 a 2002. METODOLOGIA: Realizou-se um estudo ecológico no estado de Minas Gerais (MG) sendo a unidade de análise as microrregiões de saúde. No SIM foram extraídos por faixa etária (intervalo de 5 anos) e microrregião de residência os óbitos codificados como C50 segundo a CID-10ª revisão, referentes aos anos de 1998 a 2002. Informações sobre a população de mulheres residentes foram obtidas a partir das estimativas populacionais do IBGE. Os óbitos foram corrigidos considerando-se as causas mal definidas. Foram calculadas taxas de mortalidade específicas por idade e taxas padronizadas por idade para MG e suas 77 microrregiões. Os dados foram extraídos, processados e analisados pelos programas TABWIN e Microsoft Excel. RESULTADOS: Em Minas Gerais ocorreram de 1998 a 2002, 3.789 óbitos por câncer de mama, sendo a taxa de mortalidade padronizada de 8,8/100.000 mulheres. Observou-se maior número de óbitos na faixa etária de 55 a 59 anos. As microrregiões em ordem decrescente que apresentaram as maiores taxas de mortalidade foram Varginha, Uberaba e Formiga com 14,1; 14,0 e 13,3 óbitos por 100.000 mulheres, respectivamente. As microrregiões de Janaúba/Monte Azul, Itaobim e Brasília de Minas Gerais/São Francisco apresentaram as menores taxas, variando entre 1,4 e 1,7/100.000 mulheres. Em Varginha observa-se que morreram cerca de 10,07 mais mulheres que em Janaúba/Monte Azul e Itaobim. A diferença de mortalidade entre Varginha e essas duas microrregiões foi de 12,7 por 100.000 mulheres. CONCLUSÕES: Ao longo do tempo diversas transformações ocorrem na sociedade e estas influenciam as formas de adoecer e morrer das pessoas, portanto, torna-se relevante compreender as desigualdades entre as microrregiões de saúde e estabelecer estratégias para reduzi-las a partir do monitoramento geográfico das mudanças no decorrer dos anos, pois, estas informações podem auxiliar na construção de uma rede assistencial mais igualitária, regionalizada e hierarquizada a fim de prestar assistência de qualidade que atenda a mulher de forma integral e proporcione acesso aos serviços de prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e/ou reabilitação. |