Resumo |
Este estudo é parte do Projeto FACES DO ENVELHECIMENTO. COMO É ENVELHECER EM VIÇOSA. Os objetivos do projeto foi, conhecer o projeto de vida do envelhecer em Viçosa; descrever a partir dos entrevistados esse processo; desenvolver palestras em escolas do ensino fundamental de Viçosa, para viabilizar o processo de troca intergeracional, facilitando a valorização do idoso no âmbito social. Para isso foram desenvolvidas palestras, junto às crianças da Escola Estadual Effie Rolfs de Viçosa. As atividades realizadas na aula de artes, com os alunos do ensino fundamental I, permitiram trazer para reflexão a necessidade de se discutir à importância do idoso em nossa sociedade, como é o idoso que eu convivo? O que ele pensa do envelhecimento? Utilizou-se como método de coleta de dados o desenho e a produção de texto, no qual a situação problema apresentada foi: A família do Smilinguido está com uma decisão importante a ser tomada, qual seja, seus avós, iriam ou não morar com a família? Como estes reagiriam? A partir do problema apresentado foi pedido aos alunos que apontassem o que achavam sobre o fato, e como agiriam se acontecesse em suas respectivas famílias. Caso a situação já fosse uma realidade, solicitou-se que contassem a experiência. Com a análise da produção de texto dos alunos, percebeu-se que, em sua maioria os alunos entendem o processo de envelhecimento como algo complicado e trabalhoso e que os avós são “queridos” na maior parte das vezes pelo que oferecem, como pequenos mimos e benefícios disponibilizados no convívio, a exemplo, refeições que preparam e histórias que contam. Falam um pouco do gostar e do respeito pelos avós, mas a maioria reclama da falta de privacidade, da mudança na rotina, dos problemas com os remédios. Tais aspectos são relatados para expressar como se dá a convivência cotidiana com os avós, que na percepção dos mesmos seria o momento que eles exercitam a troca, que no estudo se configurou muito na perspectiva do dom da dádiva, ou seja, eu cuido de você porque você cuidou de mim. Percebe-se então que há necessidade da conscientização do que é de fato conviver com um idoso, bem como o respeito e paciência que devem existir por parte das crianças em relação aos mesmos, para que esta troca gere bem-estar social e aprendizado entre gerações, que está para além dos benefícios que os avós trazem aos seus netos. Tais dados foram organizados na forma de livro, cujo título é TROCAS INTERGERACIONAIS: A fragilização das “Fronteiras Sociais”. Este estudo se colocou como inovador, permitindo compreender o processo das trocas intergeracionais. Assim como identificou a ausência de aceitação do processo de envelhecimento entre as gerações. Tal fato reforça o “abismo” social entre jovens e idosos que reforça o preconceito. Tais impressões trazidas pelo estudo poderão contribuir para o desenho de políticas públicas locais que viabilizem o enfrentamento do desafio de se envelhecer com significado social. |