Resumo |
A temperatura da água pode ocasionar alterações na permeabilidade das membranas celulares em função do ponto de fusão dos lipídios que as compõem. Em situações de estresse térmico pelo frio, a tendência da membrana é de se tornar mais rígida, em função da elevada viscosidade lipídica. Em contrapartida, sob altas temperaturas, a membrana pode se tornar hiperfluida, prejudicando assim, o desenvolvimento normal dos peixes. Os lambaris destacam-se pelo rápido crescimento e aceitação pelo mercado. Com este estudo objetivou-se determinar a temperatura crítica da água para A. altiparanae nas fases de crescimento e terminação. O experimento foi realizado em duas fases, sendo a primeira com lambaris em crescimento (4,25±0,75g e 5,45±0,08cm) e a segunda com peixes em terminação (7,25±0,75g e 6,56±0,08cm), utilizando as densidades de 8,5 e 8,7 g/L, respectivamente. Para ambas as fases, utilizou-se delineamento inteiramente casualizado com seis tratamentos 27, 23, 19, 15, 11 e 7 °C (temperaturas da água) e seis repetições. Os peixes foram distribuídos em seis aquários (10L) alocados em Câmara Incubadora B.O.D para controle da temperatura da água e alimentados e avaliados quanto à taxa de mortalidade e comportamento alimentar a cada 24 horas. Ao final, foi coletado sangue dos peixes para as análises de glicemia e lactato plasmático. Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e em caso de significância (P<0,05), submetidos à análise de regressão. Foi adotada como temperatura crítica aquela que antecedeu a temperatura letal. Houve efeito quadrático da temperatura sobre a mortalidade dos peixes em crescimento (Y= 0,4464x² – 20,884x +238,58, R² = 0,8281) e em terminação (Y= 0,449x² – 20,949x +238,95, R²= 08274), sendo que as temperaturas de 7 e 11 °C causaram mortalidade total dos peixes em ambos os experimentos. Observou-se a aceitação da ração apenas nos peixes submetidos a 27°C. A diminuição da temperatura da água causou a diminuição na concentração de lactato plasmático dos peixes dos dois experimentos. Não houve diferença na concentração de glicose plasmática dos peixes em ambos os experimentos. Conclui-se que a temperatura crítica para A. altiparanae encontra-se entre 11 e 15 ºC. |