Conexão de Saberes e Mundialização

19 a 24 de outubro de 2015

Trabalho 4935

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ecologia e biogeografia
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa PROBIC/FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CAPES, CNPq, FAPEMIG, Outros
Primeiro autor Ênio Henrique Viana Araujo
Orientador CARLOS FRANKL SPERBER
Outros membros Cassiano Souza Rosa, Fabiene Maria de Jesus, Marcelo Ribeiro Pereira
Título Efeito do sexo e estágio de desenvolvimento no uso da dieta por grilos neotropicais
Resumo No decorrer do seu ciclo de vida, insetos passam por duas principais fases (vegetativa e reprodutiva) com requisitos nutricionais contrastantes. Assim, ao longo do seu desenvolvimento, os insetos passam por diferenciações morfológicas, fisiológicas ou comportamentais que podem resultar em necessidades e modos distintos de utilização dos recursos. Grilos são considerados onívoros, mas não existem estudos que avaliem a dieta em seu habitat natural. Neste trabalho avaliamos o nicho alimentar de uma espécie de grilo que habita serapilheira florestal, Mellopsis doucasae (Orthoptera: Grylloidea: Phalangopsidae), comparando diferentes estágios de seu desenvolvimento e sexo. Testamos a hipótese de que a dieta de indivíduos do mesmo estágio de desenvolvimento e sexo é mais similar do que entre indivíduos de diferentes estágios de desenvolvimento e sexo. Avaliamos a dieta a partir dos valores isotópicos de δ15N e δ13C, uma vez que refletem a dieta adquirida e assimilada pelos organismos durante toda a vida. Para isso, coletamos 50 indivíduos de grilos em um remanescente de Mata Atlântica, conhecido como Mata da Biologia, no campus da UFV, Viçosa -MG, Brasil. Após dois dias mantidos sem alimento, a fim de esvaziar o trato intestinal, os grilos foram mortos em freezer e separados em grupos (machos adultos, fêmeas adultas e ninfas). Cada amostra foi composta por um indivíduo adulto ou três ninfas, colocados em frascos de vidro, totalizando 10 amostras por grupo (n=30). Os valores de δ15N não diferiram entre sexos (F1,27= 1.76, P=0.19), apenas entre estágios de desenvolvimento (F1,28= 10.81, P=0.002), com uma maior assimilação 15N (1.4‰) em ninfas do que adultos. Os valores de δ13C foram diferentes entre fêmeas e machos (F1,27= 22.1, P<0.001), mas semelhantes entre adultos machos e ninfas (F1,27= 0.09, P=0.76), os quais assimilaram 1.2‰ de 13C a mais que indivíduos fêmeas. A razão C/N também foi semelhante entre sexos (F1,27= 1.46, P=0.24) e diferente entre adultos e ninfas (C/N= 0.4‰, F1,28= 11.85, P<0.001). Como esperávamos, o uso de recursos alimentares por imaturos e adultos foi diferenciado. Isso deve estar relacionado a diferenças em necessidades nutricionais da fase imatura para a fase adulta, como maior investimento em crescimento e desenvolvimento de órgãos internos nos imaturos, e investimento reprodutivo nos adultos. A cada troca de ínstar, as ninfas de grilos comem suas próprias exúvias, o que pode explicar esta maior assimilação do 15N neste estágio.
Palavras-chave Orthoptera, nicho ecológico, composição isotópica
Forma de apresentação..... Oral
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