Resumo |
A eficiência com que o carbono é utilizado para que a planta produza a superfície foliar, e assim intercepte luz solar e possa realizar fotossíntese, pode ser avaliada com base na área foliar específica (AFE). A AFE é, também, informação requerida em modelos ecofisiológicos de crescimento. A AFE é o quociente entre a área e a massa de matéria seca da folha, variando com o material genético, com a idade do tecido vegetal, e com condições do sítio e do manejo do povoamento, principalmente aquelas relacionadas à dlsponibilidade dos recursos luz, água e nutrientes. Dada a relativa carência de dados na literatura sobre a AFE de espécies arbóreas, o objetivo deste trabalho foi obter os valores de AFE para algumas dessas espécies na fase inicial de crescimento,em viveiro. Para tanto, foram utilizadas plantas de 14 espécies arbóreas, sendo nove nativas e cinco exóticas, havendo três plantas por espécie, todas cultivadas no viveiro de pesquisa do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, a céu aberto. As plantas foram mensuradas quanto à altura, diâmetro do coleto e número de folhas. Amostras de folhas tiveram sua área medida e a seguir foram postas a secar em estufa de circulação forçada de ar até peso constante, possibilitando obter a AFE. Os dados de AFE foram submetidos à análise da variância, no delineamento inteiramente casualizado. Verificou-se efeito estatisticamente significativo do fator espécie, cujas médias (m2/kg) foram agrupadas, segundo o teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, conforme três grupos: grupo 1, média de 8,28 ( Ocotea odorífera (6,1), Plinia glomerata (7,7), Myrtis Communis (8,5), Licania tormentosa (8,7), Jacaranda mimosifolia (9,2) e Caesalpina echinata (9,5); grupo 2 , média de 16,0 (Zeyheria tuberculosa (14,0), Lagerstroemia speciosa (14,7), Platannus occidentalis (15,2), Tectoma stans (15,4), Cassia javanica (16,1), Bachinia forficata (17,1) e Spathodea campanula (19,2); grupo 3 (Schizolobium parahyba (32,9). Esses resultados indicam a existência de diferenças importantes entre espécies arbóreas quanto à eficiência de uso de carbono para a produção de superfície fotossintetizante, além de serem úteis à parametrização de modelos ecofisiológicos de crescimento. |