Resumo |
O estresse ocupacional, entendido como o estresse relacionado ao trabalho, tornou-se uma fonte de preocupação da carreira docente, uma vez que é reconhecido como um dos principais riscos a qualidade de vida do professor. Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a relação entre os níveis de estresse, a qualidade de vida e o clima familiar dos docentes da Universidade Federal de Viçosa e entender como o suporte familiar pode amenizar os efeitos do estresse no exercício da docência. Como fundamentação teórica foi discutido sob a égide das principais correntes de pensamento sobre estresse ocupacional, qualidade de vida e clima familiar. A pesquisa pode ser caracterizada como descritiva, quantitativa e estudo de caso. Foram aplicadas três técnicas de pesquisa quantitativa: a análise fatorial, correlação linear e teste t para diferença de médias. O estudo foi realizado na cidade de Viçosa, MG, tendo como unidade de pesquisa a Universidade Federal de Viçosa (UFV), campus Viçosa. Para a coleta de dados da pesquisa, foram aplicados 222 questionários para os Professores Efetivos da UFV, assumindo um erro máximo associado de 5,56%. Os questionários foram aplicados entre julho e agosto de 2015. Os dados foram operacionalizados, utilizando-se os seguintes Softwares: “Statistic Package for Social Science” (SPSS) 21.0; e “Microsoft Excel”. Para a análise da confiabilidade da escala de estresse percebido foi calculado o Alfa de Cronbach, tendo como resultado o índice de 89,4%, demonstrando grande confiabilidade da escala para a mensuração dos níveis de estresse (PSS-10). Aplicando a análise fatorial, para fins confirmatórios, observou-se que itens possuíram cargas fatoriais adequadas e o fator retido explicou 61% da variância comum dos escores, apresentando consistência interna (KMS = 0,905), fornecendo evidências de validade da PSS-10 no contexto brasileiro. Os resultados demonstram uma média de estresse ocupacional equiparada a carreiras com grandes níveis de estresse, como bombeiros, bancários e gerentes. Percebeu-se que os docentes com maiores níveis de estresse estão mais propícios a serem acometidos por doenças como hipertensão, depressão e ansiedade. Os níveis de estresse apresentaram correlação com a idade e produtividade dos docentes. Através do teste T para comparação de médias, foi comprovado que os docentes com atuação na pós-graduação têm maiores níveis de estresse. Dados iniciais nos permite inferir que, os professores da Universidade Federal de Viçosa possuem níveis preocupantes de estresse, sendo necessário que a instituição tome medidas para melhorar a qualidade de vida de seus docentes. |