Resumo |
Introdução: Atualmente, sabe-se que a qualidade da saúde das gestantes e dos seus bebês dependem de uma nutrição adequada. Nesta perspectiva, a Organização Mundial da Saúde aconselha que seja realizado o monitoramento do ganho ponderal durante a gestação, sendo que este deve ser avaliado em virtude do peso pré-gestacional¹. Um estado materno antropométrico inadequado favorece o desenvolvimento de intercorrências gestacionais, influenciando na condição de saúde materna e fetal, desde o início do período gravídico até o período de pós-parto². Objetivo: Correlacionar o ganho de peso gestacional em mulheres no período gravídico e o peso de nascimento no município de Viçosa/MG. Métodos: Pesquisa quantitativa. Esta pesquisa fez parte de um estudo intitulado “Condições de saúde e nutrição de crianças no primeiro ano de vida do município de Viçosa: um estudo de coorte”. Foram avaliadas 153 crianças nascidas no município de Viçosa- MG e suas mães, no período de 2011 a 2012, foi aprovada pelo Comitê de Ética. Os dados foram organizados em planilha do Excel e analisado no programa SPSS. Utilizou-se frequência simples e percentual, média e mediana para análise descritiva dos dados e teste de correlação de Pearson para analisar a associação entre ganho de peso gestacional em mulheres no período gravídico e o peso de nascimento, adotou-se nível de significância (α) < 0,05. Resultados: A amostra foi composta por 18 (11,8%) adolescentes e 135 (88,2%) adultas; 113 (73,9%) foram submetidas à cesariana e 40 (26,1%) parto normal; 18 (11,8%) tinham menos de 5 anos de estudo, 53 (34,6%) tinham entre 6 a 9 anos de estudo, 57 (37,3%) tinham de 10 a 12 anos de estudo e 23 (15%) tinham acima de 12 anos de estudo; a mediana da idade gestacional foi de 39 (37-41) semanas; o número de consultas de pré-natal < 3 consultas foram 5 mulheres (3,3%), de 4 a 6 consultas 38 (24,8%) mulheres, 102 (66,7%) acima de 7 consultas e 8 dessas mulheres não tinham registro e a mediana de renda familiar foi 1244 (166-11196) reais. A média de peso gestacional foi de 12,55 (±5,57)KG , a média de peso das crianças ao nascimento foi de 3287 (±451,89) gramas e a mediana 3285 (2140-4934), sendo 3 (1,9%) de baixo peso3, 40 (26,31%) peso insuficiente3, 96 (62,7%) com peso adequado3, 13 com macrossomia3 (8,5%) e 1 sem registro. Não houve correlação entre ganho de peso gestacional em mulheres no período gravídico e o peso de nascimento (p= 0,63). Conclusão: Apesar desse estudo não ter encontrado correlação entre ganho de peso gestacional e peso de nascimento, vale ressaltar que todos os bebês nasceram a termo e que 56 (36,6%) dos recém-nascidos tiveram peso inadequado (baixo, insuficiente e macrossomia), fato relevante, tendo em vista que o pré-natal realizado com o monitoramento das recomendações nutricionais e com consultas precoces melhora a qualidade de vida do binômio mãe-filho4, conseguinte evita repercussões no crescimento e desenvolvimento do bebê associado ao desfecho do nascimento. |