Resumo |
Os processos reprodutivos que envolvem o desenvolvimento folicular, a formação e regressão do corpo lúteo (CL) são caracterizados por intensa angiogênese, que pode ser definida como o processo de formação dos vasos sanguíneos durante o ciclo estral. Alguns genes candidatos, como fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) e angiopoetina 1 e 2 (ANGPT 1 e 2), estão relacionados ao processo de angiogênese e têm grande importância para a adequada luteinização do CL, uma vez que, a relação entre angiopoetina 1 e 2 é considerada por muitos autores como responsável pelo processo de estabilização e desestabilização dos vasos sanguíneos. Objetivou-se nesse estudo obter o perfil de expressão dos referidos genes candidatos de diferentes grupos genéticos. O presente trabalho foi conduzido em uma Granja experimental da Universidade Federal de Viçosa e aprovado pelo CEUAP. Todas as análises de expressão gênica foram realizadas no Laboratório de Biotecnologia Animal (Labtec) no Departamento de Zootecnia, UFV. Fêmeas de três grupos genéticos, Linhagem1-L1 (cruzamento entre as raças Large White, Landrace e Duroc), Linhagem2-L2 (raças Large White, Landrace e Pietran) e a raça Piau foram comparadas durante o ciclo estral quanto às características reprodutivas e a expressão dos genes candidatos ligadas ao processo de angiogênese, por meio da técnica de PCR em tempo real. A partir dos 120 dias de idade iniciou-se a observação do estro. O primeiro dia do ciclo estral foi designado como dia 0. Após a identificação do segundo estro, as fêmeas foram abatidas nos dias 3, 5, 10, 14 e 18 do ciclo estral para coleta dos ovários, e posteriormente, em laboratório, para coleta dos corpos lúteos. Registrou-se o número de corpos lúteos presentes nos dias 3, 5, 10 e 14. Os resultados estatísticos foram obtidos a partir do programa SAS. A L1 apresentou maior comprimento do ciclo estral (P<0,05) e maior número de CL (P<0,05) aos 14 dias. O padrão de expressão gênica para o VEGF no CL não apresentou diferença entre os grupos genéticos e os dias do ciclo estral (P>0,05). Em relação ao ANGPT1 e ANGPT2, a L2 e a raça Piau apresentaram maior expressão gênica que a L1 no dia 10 (P=0,05). Entretanto na relação ANGPT2/ANGPT1 apenas a L1 apresentou aumento no dia 14 (P<0,05) o que pode levar à desestabilização dos vasos sanguíneos e consequentemente à luteólise. Diante dos resultados é possível concluir que a linhagem comercial 1 possui maior comprimento do ciclo estral, embora apresente menor fase luteal que a raça Piau. A expressão dos genes analisados auxilia no entendimento da fisiologia reprodutiva suína, bem como com informações que possam vir a ser importantes para os programas de melhoramento genético. |