Resumo |
Pontos quânticos são estruturas cristalinas formadas por algumas centenas de milhares de átomos de material condutor ou semicondutor, possuindo dimensões de até 10 nanometros. Devido a seu tamanho, o nanocristal se comporta como um poço de potencial tridimensional emitindo luz em valores discretos de energia quando excitado. Quanto maior o cristal, maior é o comprimento de onda de emissão desses. Uma das formas de sua produção é em meio coloidal, onde permanecem suspensos em meio líquido pela ação de surfactantes. A produção de pontos quânticos em meio aquoso possibilita a aplicação desses em materiais biológicos, uma vez que possuem tamanho semelhante a algumas proteínas, podendo ser introduzidos em células, e biofuncionalizados, tornando-se marcadores de células específicas. Os objetivos desse trabalho são a produção e caracterização de pontos quânticos coloidais de sulfeto de cádmio (CdS) e o estudo da variação de sua emissão para diferentes concentrações de zinco. Soluções salinas de cádmio e zinco foram produzidas separadamente, dissolvendo em água deionizada CdCl2 e ZnSO4. Uma solução salina de enxofre foi preparada dissolvendo-se enxofre e NaOH em água deionizada a 90°C. Foi utilizado como surfactante o ácido tioglicóico (TGA) dissolvido em água deionizada. Essas soluções eram misturadas, mantendo-se fixa a quantidade de TGA e de íons de enxofre e cádmio, variando-se a quantidade de íons de zinco. Os pontos quânticos produzidos apresentaram boa fluorescência e estabilidade. Para a caracterização por difração de raio X, foi adicionado acetona nas amostras produzidas para que as soluções precipitassem. A caracterização ocorreu a partir de medidas de espectroscopia de fluorescência e de espectroscopia de difração de raio X. Nas curvas obtidas no primeiro caso, percebemos um deslocamento das curvas de emissão para o azul e uma variação da intensidade das mesmas de acordo com o aumento da concentração de zinco nas soluções. Apesar desse resultado ser condizente com o esperado de uma estrutura CdS/ZnS do tipo caroço-casca, achamos que é mais provável que o zinco atue dopando o ponto quântico. Os espectros obtidos na difração de raio X confirmaram que estruturas de CdS foram produzidas, porém não foi encontrado nenhum pico aparente para o ZnS. A alteração na intensidade dos picos de acordo com o aumento da concentração de zinco foi relacionada com a possibilidade do zinco estar dopando o CdS alterando sua rede cristalina. Concluímos a partir do método de preparação que conseguimos produzir pontos quânticos estáveis e que a adição de zinco contribui para a variação da intensidade e de cor de emissão por meio de dopagem. |