Resumo |
Introdução: Desde a implantação da Estratégia de Saúde da Família (ESF), a visita domiciliar (VD) passou a ser compreendida como uma prática importante na assistência à saúde dos indivíduos e comunidade. Essa atividade possui diversos benefícios: o estabelecimento de vínculo entre os profissionais de saúde e a comunidade, a compreensão dos contextos de vida em que estão inseridos, a identificação das subjetividades, necessidades e situações de risco, e por fim, a promoção de ações que interfiram positivamente no processo saúde-doença dos indivíduos, da família e da comunidade. Objetivo: Descrever um relato de experiência acerca das visitas domiciliares realizadas com os usuários da Unidade Básica de Saúde do bairro Bom Jesus, do município de Viçosa (MG). Metodologia: O projeto de extensão “O grupo educativo como forma de cuidado à saúde do casal grávido, puérpera e familiares” atua no município de Viçosa em cenários distintos, dentre estes ESF de diferentes abrangências no município. Tem como uma das propostas de atividades, dentre outras, realizar continuamente a VD à gestante, puérperas e familiares. As VDs foram realizadas semanalmente pelos discentes do curso de enfermagem, durante o primeiro semestre do ano de 2015, com duração de 120 minutos. Resultados/Discussão: percebe-se através dos relatos das gestantes que as alterações fisiológicas e emocionais da mulher são constantes durante todo ciclo gravídico puerperal, porém estas não são abordadas com frequência nas consultas convencionais. Assim, através da VD foi possível identificar essas demandas, haja visto que no domicílio, a usuária sente-se mais confortável e protagonista do ambiente no qual se encontra. Nesse cenário identificaram-se necessidades de cuidado, como: dúvidas sobre os cuidados na gestação, puerpério e com o recém-nascido, práticas incorretas no autocuidado, na amamentação e no planejamento familiar. Outras situações específicas foram encontradas a partir do olhar e escuta sensível e qualificada do discente como: dificuldade de adaptação à maternidade, sinais sugestivos de depressão pós-parto e relatos de violência obstétrica. Além disso, as VDs foram desenvolvidas com o intuito de discutir de forma individualizada os temas abordados nos grupos educativos com as gestantes que não tem disponibilidade de estar presente nos mesmos. E ainda, a VD fortaleceu o vínculo entre os integrantes do projeto e as gestantes e, por conseguinte, aumentou a adesão das mesmas aos grupos educativos. Conclusão: Depreende-se que a VD é um instrumento capaz de auxiliar na promoção da saúde do casal grávido, puérpera e familiar, além de possibilitar a identificação de situações que possam resultar em agravos maternos e neonatais. Enquanto discentes de enfermagem, essa prática possibilitou desenvolver um novo olhar sob a relevância das VDs como ferramenta que permite assistir a mulher em sua integralidade, no âmbito do lar, durante o ciclo gravídico puerperal, assim como seus familiares. |