Resumo |
Tradicionalmente a embalagem se propõem a, entre outras coisas, proteger o alimento contra deterioração e contaminação, porém esta função atualmente pode deixar de ser passiva para ser ativa. Diversas são as formas de dar a embalagem esta característica, e uma delas é a adição de compostos antimicrobianos. Objetivou-se com o presente trabalho desenvolver, aplicar e avaliar um filme ativo antimicrobiano de acetato de celulose incorporado com nanopartículas de óxido de zinco e peptídeo bioativo (nisina) no suco de laranja integral. Primeiramente, foram realizados testes in vitro, para testar a ação antimicrobiana do filme no controle de alguns micro-organismos, como Staphylococcus aureus, Listeria innocua e Salmonella Choleraesuis. Também avaliou-se a inibição do crescimento, in vitro, destes micro-organismos em placa de Petri, ao entrar em contato com o filme adicionado do peptídeo. Os filmes de acetato de celulose foram produzidos pelo método “casting” com adição de nanopartícula de óxido de zinco e nisina em concentrações pré-determinadas. Colocou-se discos de 1 cm de diâmetro dos filmes ativos em placas de Petri para determinar o halo de inibição. Foi realizada a caracterização física e mecânica dos filmes produzidos. As laranjas foram sanitizadas com água clorada a 200 ppm por 10 min e, o suco foi extraído com espremedor de laranjas, todos os utensílios foram previamente higienizados. A aplicação do filme ativo (20% de nisina, m/m) no suco de laranja integral, foi realizada colocando-se um pedaço de filme, medindo 10 cm x 2,5 cm, dentro de garrafas plásticas contendo 150 mL de suco natural. As garrafas com sucos foram conservadas a 5 ± 2° C por 16 dias, com avalições microbiológicas a cada 4 dias. A concentração mínima inibitória da nisina foi, 3,0 mg/mL, 0,19 mg/mL e 2,0 mg/mL, respectivamente. Nas placas inoculadas com Staphylococcus aureus, formaram-se halos com média de 14,96 mm de diâmetro para o tratamento com 10% de nisina, 18,04 mm para o de 20% e 17,63 mm para o de 30%. Para os demais micro-organismos os halos de inibição não foram significativos. A adição de nisina e nanopartícula de óxido de zinco nos filmes ativos promoveu aumento da espessura e permeabilidade ao vapor d’água, bem como decréscimo na carga máxima de ruptura, observou-se que a magnitude destes parâmetros aumentou na medida em que a concentração de nisina foi aumentada. Quando aplicado no suco de laranja, o filme ativo não foi efetivo no controle de mesófilos e fungos filamentosos e leveduras nas condições testadas neste experimento. Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES, CNPq, e FINEP. |