Resumo |
A história da Educação do Campo e da Agroecologia remete ao enfrentamento dos camponeses e de suas organizações frente à Revolução Verde, e também ao surgimento da Agricultura Alternativa nas Universidades e nos Movimentos Sociais em meados da década de 1980. Na Zona da Mata mineira esse fenômeno começou com as mobilizações das Comunidades Eclesiais de Base, dos grupos de Agricultura Alternativa da Universidade Federal de Viçosa-MG (UFV) e da criação do Centro de Tecnologias Alternativas (CTA-ZM). E, mais especificamente na UFV, iniciou-se, durante a década de 1990, a discussão para a criação de um Núcleo de pesquisa, ensino e extensão em Educação do Campo e Agroecologia. O Núcleo, que recebe a denominação de ECOA, ainda hoje se encontra em fase de institucionalização e consolidação, mas já abrange vários projetos e tem como referência o Programa de Extensão Teia. Dentre os projetos conduzidos, os de maior destaque são: i) a Rede Agroecológica de Prosumidores(as) Raízes da Mata, um circuito curto de comercialização articulando consumidores e produtores e que realiza uma feira de produtos por semana há mais de quatro anos; ii) as Quintas Agroecológicas, um evento de debates, feiras de trocas, alimentação agroecológicas e atividades artísticas, tendo já sido realizadas mais de 20 eventos em cinco anos; iii) as Aulas Abertas, uma proposta que visa o fortalecimento e a ampliação do tema Agroecologia e da Educação do Campo no espaço acadêmico, já com 10 edições realizadas, debatendo esses e outros temas correlatos em aulas programadas durante o semestre letivo. Nesses dois últimos projetos já se contabilizaram a participação de mais de 200 pessoas; iv) os Intercâmbios Agroecológicos, uma metodologia adaptada do “Campesino a Campesino” utilizada na América Central e coordenada pelo CTA-ZM há cerca de cinco anos com mais 50 encontros envolvendo cerca de 100 agricultores. Dois outros eventos realizados anualmente pelo ECOA buscam articular os grupos acadêmicos e os Movimentos Sociais com o intuito de fortalecer a Educação do Campo e Agroecologia: a Troca de Saberes, já em sua sétima edição e com mais de 600 participantes, realizada durante a Semana do Fazendeiro promovida pela UFV; e o Terreiro Cultural, realizado uma vez por ano desde 2007 em uma comunidade parceira do Núcleo. Agradecemos ao CNPq e Ministério do Desenvolvimento Agrário (editais 58/2010 e 81/2013), fundamentais para o fortalecimento do Núcleo ECOA; ao Comboio Agroecológico do Sudeste (edital 81/2013) e ao PROEXT/MEC/SESu, todos esses parceiros das iniciativas mencionadas. |