Resumo |
O estudo do padrão da distribuição espacial dos indivíduos arbóreos em um fragmento florestal permite entender como uma espécie utiliza os recursos existentes naquele ambiente, além de determinar como é o seu estabelecimento e reprodução. A partir da compreensão desses padrões, é possível traçar estratégias de manejo e conservação da biodiversidade de forma mais eficiente. Diante disso, objetivou-se com este estudo avaliar a distribuição espacial das espécies em um fragmento florestal presente no Parque Tecnológico de Viçosa, MG. A área de estudo possui 44,11 ha, sendo classificada como uma Floresta Semidecidual Montana. Inicialmente foram lançadas 22 parcelas de 500 m² e todos os indivíduos com DAP ≥ 5 cm foram identificados botanicamente e tiveram sua circunferência à altura do peito (1,30 m) e sua altura mensuradas. Posteriormente, as espécies foram classificadas de acordo com o índice de valor de importância (IVI), o qual leva em consideração a densidade, frequência e dominância relativa de cada espécie. Também foram analisados a composição florística do fragmento florestal, constatando a presença de 40 famílias, 95 gêneros e 135 espécies. Para a realização da análise da distribuição espacial foram utilizados os seguintes parâmetros de agregação: Índice de MacGuinnes (IGA), Índice de Fracker e Brischle (Ki) e Índice de Payandeh (Pi). O primeiro índice citado leva em consideração a densidade observada e esperada da i-esima espécie e classifica a distribuição em uniforme, aleatória, tendência ao agrupamento e distribuição agregada ou agrupada. O segundo índice leva em consideração as mesmas variáveis do Índice de MacGuinnes, entretanto não considera a classificação de distribuição uniforme. Já o Índice de Payandeh, obtém o grau de agregação da espécie por meio da relação entre a variância do número de árvores por parcela e a média do número de árvores. Este índice possui a mesma classificação dos padrões que o de Fracker e Brischle. O resultado obtido pelo IGA indicou que 44,4% das espécies apresentaram distribuição uniforme, 37,0% tendência ao agrupamento e 18,5% distribuição agrupada. Para este índice não foi constatado a ocorrência do padrão aleatório. Segundo o Pi, 44,44% possuem distribuição aleatória, 8,89% tendência ao agrupamento e 46,67% distribuição agrupada. Já o Ki mostrou que 44,44% têm distribuição aleatória, 11,11% tendência ao agrupamento e 44,44% distribuição agrupada. Considerando as 10 espécies de maior IVI, as quais contribuem com 39,36% do total, tem-se que 8 delas ocorrem de forma agregada de acordo com o IGA, 9 pelo Ki e 10 pelo Pi. Desta forma, conclui-se que para este fragmento florestal ocorre uma tendência de agregação das espécies ao se considerar as populações arbóreas de maior IVI. |