Resumo |
A cultura feijão tem grande importância para o Brasil, sendo o país um dos maiores produtores e consumidores mundiais. Na safra 2013/2014 a produção média foi de 3,45 milhões de toneladas, com uma produtividade de grãos de 1.026 kg ha-1. Entre os tipos de grãos consumidos e cultivados no Brasil, o feijão preto ocupa o segundo lugar no ranking, com 17% da área cultivada, o que representa uma produção em torno de 490.000 toneladas por ano. O melhoramento do feijão preto no Brasil teve seu inicio por volta de 1930, porém, seu maior avanço ocorreu a partir da década de 1970. Os principais programas de melhoramento de feijão no país, estão associados as instituições públicas como Embrapa, IAPAR, IAC, Epamig, Epagri, Universidades Federais de Viçosa e Lavras, entre outras. Esses programas tem recomendado constantemente novas cultivares de feijão preto, o que impulsiona a cadeia produtiva da cultura. Assim, o objetivo deste estudo foi estimar o progresso genético para produtividade de grãos e outras características agronômicas de cultivares de feijão preto, recomendadas pelos programas de melhoramento do Brasil entre 1950 e 2013. O experimento foi conduzido em Viçosa/MG e Coimbra/MG nas safras da seca e de inverno de 2013. Foram avaliadas 40 cultivares de feijão preto. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com três repetições. Foram avaliadas as características: produtividade de grãos (Prod); aspecto de grãos (AG); arquitetura de planta (Arq); número de vagens por planta (NVP); número de grãos por vagem (NGV) e massa de mil grãos (MMG). O progresso genético anual (PGa), foi estimado com base nas médias ao longo dos anos, utilizando modelos de regressão bissegmentada. O modelo foi ajustado de forma a assumir um platô constante até um determinado ano (ponto de interrupção: x0), o qual representa o ano de inicio do progresso genético. Em seguida, a partir desse ano foi traçada uma equação de regressão para estimar o efetivo PGa. O coeficiente de regressão linear (b1) forneceu a estimativa do progresso por ano. O progresso genético anual médio, em percentagem foi calculado dividindo o coeficiente da regressão (b1) pelo intercepto (b0). As análises foram realizadas no software SAS®, versão 9.4. A regressão bissegmentada permitiu inferir o ano exato em que o melhoramento do feijão começou a apresentar progresso genético significativo. O presente estudo fez uma avaliação geral, retratando a contribuição do melhoramento genético do feijão preto no Brasil, onde foram verificados ganhos expressivos na produtividade de grãos (7,60%), a partir do ano de 1988, no aspecto de grãos (1,24%), na arquitetura de planta (0,98%) e nos componentes NVP (7,03%), NGV (5,96%) e MMG (2,48%), principalmente após o ano de 1989. O desenvolvimento de cultivares melhoradas pelos programas de melhoramento contribuiu de forma expressiva para incrementar a média de produtividade de feijão Brasil. |