Resumo |
Uma atual demanda do mercado de agroquímicos é a síntese de novas moléculas com ação inseticida. Os inseticidas sintéticos produzidos a partir de moléculas encontradas na natureza são mais promissores por serem menos persistentes no meio ambiente, como os piretróides, análogos sintéticos das piretrinas. Nos piretróides a atividade inseticida depende não apenas da composição química, mas também da geometria da molécula. A formiga Solenopsis saevissima é praga na cultura do jiló, citrus e paricá se alimentando de pequenas brotações e ponteiros, podendo abrir orifícios e galerias na base dos pecíolos das folhas. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi verificar a toxicidade de misturas racêmicas de análogos de piretrina a formiga Solenopsis saevissima. A síntese dos análogos de piretrinas (AP) foi realizada no Departamento de Química e os bioensaios foram conduzidos no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas da UFV. Os bioensaios foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Cada parcela experimental foi constituída de uma placa de Petri contendo dez adultos de S. saevissima. Para cada parcela foi fornecido água e cândi. Com o auxílio de uma microseringa foi realizada aplicação tópica de 0,5 µL das soluções dos AP sobre cada inseto. Após um período de 48 horas a mortalidade foi avaliada. Primeiramente, foi determinada as DL90s das misturas racêmicas dos AP. A partir da separação cromatográfica, foram obtidos os isômeros cis e trans para posterior realização dos bioensaios de toxicidade a S. saevissima. As mortalidades corrigidas foram submetidas à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey a P<0,05. Foram detectadas diferenças significativas entre as mortalidades ocasionadas pela mistura racêmica do AP1 e seus isômeros cis e trans (F2,9 = 4,72; P = 0,04). A mortalidade causada pelo isômero trans e a mistura racêmica do AP1 não diferiram entre si. As mortalidades ocasionadas pela mistura racêmica do AP2 e seus isômeros cis e trans também apresentaram diferenças significativas (F2,9 = 47,74; P<0,001). Diante disso, podemos concluir que a geometria das moléculas dos análogos de piretrina interfere na toxicidade das misturas racêmicas a formiga S. saevissima. |