Resumo |
A temática acerca das mudanças climáticas que estão ocorrendo em vários locais do mundo está cada vez mais sendo debatida. Dentre os aceleradores e intensificadores dessas mudanças climáticas encontram-se os Gases de Efeito Estufa (GEE), destacando-se o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (NH4), que são oriundos de atividades como a agropecuária e mudança do uso da terra. Como medida mitigatória para redução das emissões destes gases, o Brasil comprometeu-se de forma voluntária a diminuir, até 2020, entre 36,1% e 38,9% das suas emissões de GEE em relação aos níveis de 2005, e, para atingir tal feito, instituiu em 2009 a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), a qual propõe a expansão de tecnologias de produção agrícola como os Sistemas Agroflorestais (SAFs), de forma a sequestrar e estocar o carbono presente na atmosfera nos diversos componentes do sistema, principalmente o arbóreo. Assim, objetivou-se com este estudo estimar o estoque de carbono do componente arbóreo em um SAF. O trabalho foi conduzido em um sistema silvipastoril situado no município de Porto Firme – MG, com idade de 8 anos do clone de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla, em uma área de 1,70 hectares, dispostos no espaçamento de 6 x 4 metros. Para obtenção dos dados foi realizado um inventário florestal do tipo censo, em que todas as árvores tiveram sua circunferência mensurada a 1,30 metros de altura. Posteriormente, as árvores foram separadas em classes diamétricas para obtenção da altura. Para isso, foram escolhidas e medidas árvores-amostra representativas de cada classe diamétrica. Para a estimativa de altura das árvores do povoamento que não foram mensuradas, foi feita relação hipsométrica utilizando o diâmetro a 1,30 metros de altura dessas árvores. Em seguida, foram selecionados três indivíduos de cada classe diamétrica para realização da cubagem rigorosa empregando o método não destrutivo, obtendo-se assim o volume dessas árvores. A partir dos dados de cubagem das árvores-amostra e das variáveis dendrométricas (DAP e Altura), foram ajustadas equações alométricas baseadas nos modelos de Spurr para obtenção da estimativa de volume do povoamento. A partir da equação ajustada, foram obtidos a estimativa da biomassa e de carbono por hectare para a área, levando-se em consideração o valor médio da densidade e o teor de carbono da madeira de 47%. O estoque de carbono foi de 41,48 tC/ha e o IMAc (Incremento Médio Anual de Carbono) foi de 5,18 tC/ha.ano. Portanto, quando se tratando de sistemas silvipastoris, este estudo pode servir de embasamento para negociações de créditos de compensação de carbono e para que o governo possa desenvolver e utilizar valores mais precisos no cumprimento de suas metas de reduções de emissões de GEE. |