Resumo |
A instalação cênica, Planta Baixa, se constitui como uma ação interdisciplinar entre alunos dos cursos de Dança, Arquitetura e Urbanismo e Ciências da Computação, uma proposta do Núcleo de Estudos e Práticas Artístico-Corporais (NEPARC). Através de processos criativos, surgem oportunidades de se relacionar os conteúdos teóricos e práticos pertinentes a concretização de um projeto de Dança/Performance e Multimídia. Trata-se de um processo de experimentação composto de duas etapas. A primeira, já finalizada, resultou na referida instalação cênica, fruto de reflexões prático-teóricas, feitas sobre tais relações dos artistas/discentes com o espaço cênico e com o expectador. Em conjunto foram criadas, sob a direção artística da coordenadora do projeto NEPARC, uma estrutura de movimentos artísticos baseando-se em ações do cotidiano. Os integrantes do projeto também foram responsáveis pela configuração do espaço cênico, estruturado a partir criação de uma planta baixa de uma casa. Espaço que estabelece e determina condições para a realização dos movimentos dançados além de relações interativas entre intérpretes e público. Efetiva-se, portanto uma dança a partir da transformação de ações cotidianas dentro da imaginária materialização de uma casa, através da delimitação dos espaços com desenhos no chão. Provocando, com a alteração de papeis entre intérpretes e expectadores, a oportunidade de experimentarem diferentes perspectivas, a de dentro e a de fora da casa. Esta instalação cênica foi apresentada cinco vezes durante o primeiro semestre de 2015, o que permitiu a análise e a reavaliação do objetivo e estética da obra, tendo como referência as relações com os diferentes espaços e reações dos expectadores. Através destas ações e de diálogos realizados com o público após as apresentações, foi possível observar que o trabalho gera questionamentos, portanto, reflexões tanto para expectadores quanto para intérpretes sobre as próprias vidas, família e questões sociais. A segunda etapa, em construção, consiste na (re)leitura e (re)invenção das discussões e práticas produzidas para a criação de uma videodança. As próximas ações tratarão da transformação da cena interativa em videodança, tendo como eixo norteador o trânsito e relação de imagens dos intérpretes em uma planta baixa desenhada no chão e uma casa verdadeira com paredes, móveis e memórias. A colaboração dos alunos da Ciências da Computação e Arquitetura, reafirma a importância de ações pedagógicas interdisciplinares, destacando a importância da técnica na construção de conhecimento e vice-versa, da estética na transformação e sofisticação dos usos delas, neste caso das novas tecnologias. Através de vídeo, da perspectiva da lente, pretende-se oportunizar o experimentar novos pontos de vista, novas reflexões, novas formas de produção artística e de conhecimento. |