Resumo |
Introdução: A saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde, é o equilíbrio biopsicossocial e não meramente ausência de doenças, mas a plena eficiência de todas as funções orgânicas e culturais, físicas e relacionais. A atividade física está dentre os fatores determinantes e condicionantes de saúde, assim, algumas políticas públicas têm sido implementadas com este objetivo, a exemplo disto, tem-se o Programa Segundo Tempo Universitário (PSTU) em que a saúde e a qualidade de vida são concebidas como uma forma de vivenciar o esporte em seus sentidos mais amplos, não só buscando os diálogos possíveis com diversas manifestações, como também entendendo o fenômeno esportivo em si enquanto formação cultural, social e de aprendizagem corporal. Objetivo: descrever o estado de saúde de estudantes universitários praticantes de atividades esportivas sistematizadas na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Metodologia: estudo transversal exploratório, em que os dados foram obtidos através da aplicação de um questionário inspirado no Short Form Health Survey 36-item (SF-36), da Pesquisa Dimensão Social das Desigualdades (PDSD). O questionário foi organizado em 29 questões de múltipla escolha, que avalia domínios físicos (vitalidade, funcionamento físico, dor, percepção de saúde geral, funcionamento do papel físico) e mentais (funcionamento do papel emocional e social, e saúde mental), através da percepção que possuem de sua própria saúde. A amostra foi composta por 130 beneficiados participantes do PSTU da UFV, no primeiro semestre letivo de 2015, que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados e discussões: A auto avaliação da saúde pelos beneficiados foi boa (69,3%), contudo, cabe destacar que 11,3% manifestaram negativamente, e 12,7% pensou em se ferir de alguma maneira ou achou que seria melhor estar morto nos últimos 15 dias. Quanto as demais respostas, 20% alegaram que utilizam óculos ou lente, 19,3% deixou de ir ao trabalho ou de realizar as atividades de rotina por motivo de saúde. Quanto aos aspectos relacionados à vitalidade e funcionamento físico, 18% possui dificuldade em andar mais do que um quilômetro e 2% 100 metros; além disso, 47,3% declararam que possui problemas na alimentação (falta de apetite ou ingestão excessiva), 38,1% possui dificuldade de subir uma ladeira ou um lance de escadas, 2% de se cuidar (lavar, tomar banho ou vestir) e 17,3% para se abaixar ou se curvar. Além disso, apresentavam dores no corpo (71,7%) e dor de cabeça ou enxaqueca (64%). No âmbito mental, nos últimos 15 dias, 92% se sentiram preocupados ou ansiosos, 68% apresentam problemas no sono, 75,3% para se concentrar nas suas atividades habituais, 63,3% se sentiu deprimido, e 40% sentiu mal consigo mesmo. Conclusão: Os resultados são preocupantes e merecem atenção da instituição. Cabe destacar que, a atividade esportiva pode ser uma estratégia de promoção da qualidade de vida e da saúde, bem como um meio para atividades de educação para a saúde. |