Resumo |
No estado de Minas Gerais, assim como em todo território brasileiro, a população está envelhecendo e o envelhecimento tem despertado o interesse para a pesquisa ao longo dos anos. Sendo um tema relevante esse é discutido por diferentes autores principalmente em relação ao mercado de trabalho, onde a presença da mão de obra idosa tem sido constante e cada vez maior. Neste contexto, considerando o novo perfil demográfico, o aumento da expectativa de vida, que permite ao indivíduo prolongar a sua trajetória no mundo do trabalho, e sendo a educação o principal meio de garantir a permanência da População Economicamente Ativa madura no ambiente laboral,este estudo foi realizado. Ele ocorreu na Empresa de Pesquisa Agropecuária localizada no município de Viçosa, Minas Gerais e teve como objetivo principal identificar como a escolaridade e a qualificação contribuíram para a permanência da população madura no mercado de trabalho. Participaram da pesquisa 24 colaboradores, com faixa etária variando de 41 a 68 anos, sendo a média de idade igual a 55,1 anos. Para coleta de dados foi utilizado parte de um questionário estruturado para o projeto de pesquisa sobre envelhecimento da força de trabalho em Minas Gerais, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. Os trabalhadores pertencentes à PEA “madura” que participaram da pesquisa possuíam elevado grau de escolaridade, sendo 82% com nível superior completo, dos quais 56% possuíam título de doutor. Quando questionados se sofriam preconceito no trabalho por causa da idade, todos os entrevistados responderam que não. Uma porcentagem considerável de trabalhadores (74%) disse não ter medo de enfrentar a competitividade do mercado de trabalho. Dos entrevistados 43,5% afirmaram não receber nenhum apoio da empresa para realização de treinamento e capacitação, apesar disso, 26% disseram que a empresa permitiu afastamento de suas atividades para cursar mestrado e/ou doutorado. Diante da porcentagem considerável de trabalhadores que relataram não receber apoio para treinamento e capacitação, torna-se importante que a organização ofereça meios aos seus funcionários para que desenvolvam conhecimentos e habilidades, através de treinamentos, cursos de aperfeiçoamento e qualificação profissional. As considerações finais do estudo destacam que a mudança na composição interna da estrutura etária da PEA terá diversas implicações econômicas e sociais. No mercado de trabalho, a educação e a qualificação são as principais variáveis na determinação da permanência dos indivíduos produtivos, independente de serem maduros, nas empresas. O estudo em questão permitiu concluir que, os trabalhadores com maior grau de escolaridade não possuem dificuldade para se manterem nos seus postos de trabalho e realizarem suas funções com competência, e neste aspecto a variável idade torna-se secundária para a permanência no mercado de trabalho. |