Conexão de Saberes e Mundialização

19 a 24 de outubro de 2015

Trabalho 4462

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Educação e meio ambiente
Setor Departamento de Economia Doméstica
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Fabiana de Souza Fialho
Orientador TEREZA ANGELICA BARTOLOMEU
Outros membros JANAINA SOARES VILELA, RITA DE CASSIA BHERING RAMOS PEREIRA
Título Saber Popular e Acadêmico na Valorização da Produção Sustentável: Tingimento com Corantes Naturais do Artesanato Mineiro
Resumo O Brasil destaca-se pela riqueza da sua biodiversidade vegetal, da qual se pode obter uma grande variedade de corantes e pigmentos naturais que são encontrados, por exemplo, em ramos, raízes, folhas, flores e sementes. O incentivo ao tingimento utilizando pigmentos e corantes naturais deve ser compreendido como de grande relevância, principalmente, em um momento em que tem sido muito valorizada e incentivada as iniciativas de preservar o meio ambiente. Os riscos de tingir com corantes sintéticos, que não são degradados pelos microrganismos, são graves. Grande parte dos pigmentos sintéticos eliminados na água são transferidos aos esgotos e, conseqüentemente, aos rios, causando graves problemas ambientais. Essa prática reincidente tem contribuído para contaminar a água doce utilizada para realizar as diversas atividades do nosso cotidiano. Algumas comunidades utilizam da prática de tingir utilizando corantes naturais. Torna-se necessário reconhecer os discursos que valorizam saberes e fazeres que fundamentem o tingimento com corantes naturais como patrimônios culturais que precisam ser resgatados e transferidos, principalmente, quando contribuem para potencializar a preservação sustentável do meio ambiente. Com esta pesquisa buscamos conhecer, desenvolver e divulgar processos de tingimento com corantes e pigmentos naturais extraídos de produtos de origem vegetal. Para isso tem-se buscado realizar um levantamento bibliográfico sobre corantes naturais e um resgate dos saberes e fazeres populares junto os artesãos mineiros de Brás Pires, Cipotânea e de Uruana, através de entrevistas. Nesses acompanhamentos estamos buscando compreender as histórias, conhecimentos, técnicas, materiais e demais recursos que possibilitam as artesãs tingirem as fibras naturais com corantes naturais e artificiais. Estamos também desenvolvendo em laboratório, processos de extração, estabilização e armazenamento dos pigmentos naturais e mordentes usados no tingimento de fibras naturais como algodão e fixação dos mesmos; analisando a solidez de cor das fibras tingidas; e transcrevendo essas experiências utilizando de linguagem popular para torná-las mais acessíveis aos artesãos. Através de dados coletados na cidade de Brás Pires pôde-se observar que as artesãs aprenderam as técnicas de tecer e de tingimento com suas famílias. No entanto, constatou-se que o conhecimento sobre o corante natural é bem escasso, sendo geralmente utilizado o corante artificial sem saber do mal que ele faz a saúde. As atividades artesanais com palha de milho em Brás Pires estão em declínio, devido a uma série de fatores que levaram as artesãs a pararem de tecer. A pesquisa, ainda em andamento, se fundamenta na valorização da inter-relação entre saber popular e acadêmico para incentivar preservação ambiental através do envolvimento de alunos de graduação da UFV em experiências práticas como forma de favorecer a sua formação profissional.
Palavras-chave tingimento, corantes naturais, preservação ambiental
Forma de apresentação..... Painel
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