Resumo |
O arsênio é um elemento tóxico que apresenta maior risco ao ser humano. Ele está presente em diferentes tipos de solos, logo é importante a seleção de espécies fitorremediadoras e tolerantes ao arsênio, e o desenvolvimento de métodos que favoreçam o crescimento de plantas sobre o solo ou substrato, otimizando o processo de recuperação de uma área contaminada. Sendo assim o objetivo do trabalho foi avaliar a fitotoxidade de As em plantas de Crambe abyssinica Hochst em solução nutritiva; o efeito de diferentes concentrações de fosfato e de sulfato no crescimento dessas plantas quando na presença de As; seu potencial de lixiviação em colunas de solo e sua biodisponibilidade após a aplicação de diferentes doses de fosfato e sulfato. No experimento 1 foram utilizadas plantas da espécie Crambe abyssinica em solução nutritiva. Os tratamentos consistiram em três concentrações de fosfato (0,4; 0,8; 1,2 mmol L-1), sulfato (0,8; 1,6; 2,4 mmol L-1) e arsenato (0,0; 0,3; 0,6 mmol L-1). A solução utilizada foi ajustada para 3,1 mS cm-1 e para pH 6. O experimento foi montado em esquema fatorial 3 x 3 x 3, em DBC, com três repetições. As concentrações de As, P e S nas plantas foram determinadas por digestão nítrico-perclórica e a quantificação dos teores dos elementos foi realizada por espectroscopia de emissão (ICP/OES). O experimento 2 foi montado em colunas de lixiviação. Foi aplicado no solo de cada coluna 200 mg kg-1 de As na forma de trióxido de arsênio (As2O3). Em seguida foram aplicadas as respectivas doses de P e S (0, 200 e 400 mg kg-1 de solo) e montadas as colunas. O experimento foi montado em esquema fatorial 3 x 3 x 3 x 2, sendo três doses de P, três doses de S, três profundidade e dois tipos de solo, em DBC, com três repetições. Um ensaio de biodisponibilidade adaptado baseado no método de Neubauer & Schneider (1923) também foi realizado. A quantificação dos teores de As, P e S nos extratos de solo e planta foi realizada por ICP-OES. No experimento 1, as plantas toleraram o estresse causado pelo As durante todo o período experimental. Observou-se que a toxicidade do arsênio em Crambe abyssinica está relacionada, principalmente, a danos no sistema radicular, e que concentrações crescentes de fosfato minimizam os efeitos tóxicos do arsênio nesta espécie. No experimento 2 foi possível observar que houve movimentação de As para as camadas inferiores da coluna de solo em função da textura do solo e das doses de S e P. O P foi responsável pela maior mobilização de As ao longo das colunas. Percebe-se que os teores de As extraídos pelo extrator Mehlich III apresentaram interação significativa entre todos os fatores estudados. |