Conexão de Saberes e Mundialização

19 a 24 de outubro de 2015

Trabalho 4458

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Políticas públicas e desenvolvimento social
Setor Departamento de Economia Doméstica
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Marli Irias
Orientador RITA DE CASSIA PEREIRA FARIAS
Outros membros Samara Karmel Castro da Conceição
Título Algumas contradições do trabalho dos artesãos do grupo Art D’Mio de Brás Pires-MG
Resumo Os artesãos do grupo Art D’Mio, ligados a Associação de pequenos produtores agroartesanais de Brás Pires-APPAB, vinculada ao Instituto Xopotó, transformam a palha de milho, em produtos decorativos que são vistos como rica forma de expressão da cultura e do poder criativo de um grupo, pois incorporam saberes, tradições, modos de vida e história da comunidade. Considerando o potencial do grupo, o instituto, em parceria com o Sebrae, contrataram duas designer para fazer capacitações visando o desenvolvimento e melhoria dos produtos e ampliação das vendas. Assim, os artesãos aprenderam que a associação de novos materiais agregava valor às peças e possibilitava ampliar o mercado. Apesar da melhoria da peças e expansão do mercado consumidor, inclusive internacional, os artesãos não conseguiram se manter nele. Alguns fatores, citados por artesãos e costureiras,levaram ao enfraquecimento do grupo com a redução das encomendas, falta de uma liderança no grupo e baixo retorno financeiro, que levaram os membros do grupo a procurarem outras alternativas de renda. Dessa forma, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a trajetória dos artesãos do grupo Art D’Mio de Brás Pires-MG, verificando os benefícios pessoais e familiares da atividade artesanal, bem como os motivos pelos quais o grupo foi enfraquecido. A coleta de dados fundamentou-se em uma pesquisa com bases etnográficas com realização de entrevistas junto a 24 pessoas, sendo dez artesãos, seis costureiras, um membro da APPAB, cinco funcionários do Instituto Xopotó e duas designers. Durante as entrevistas, os artesãos e costureiras relataram que durante um período aproximado de três anos, o trabalho com a palha de milho foi visto como algo que contribuía com as despesas em casa, apesar da renda ser baixa e não ser fixa. Na ocasião das entrevistas, o grupo contava apenas com três artesãs, sendo que duas delas possuíam outras fontes de renda além do artesanato, como o trabalho em uma padaria e a realização de faxina. Os funcionários do Instituto relatam que a liderança do grupo sempre partia deles, que estabeleciam as normas do grupo, presidiam as reuniões, divulgavam e comercializavam os produtos. Relataram que, por várias vezes, eles tentaram aguçar o espírito de liderança entre o grupo, mas não havia uma resposta positiva. Também destacaram que em Brás Pires, de modo geral, havia um baixo protagonismo social, com dependência do poder público local. O presidente da APPAB relatou que os artesãos do grupo Art D’Mio não pagavam a mensalidade exigida para a participação na associação ao qual o grupo era vinculado. Os membros do grupo, por sua vez, mencionaram as dificuldades de pagar a mensalidade uma vez que o artesanato nem sempre trazia retorno financeiro. Dessa forma, conclui-se que o enfraquecimento do grupo se deu por um conjunto de fatores. Apesar de a maioria dos membros ter encontrado outras alternativas de renda, a atividade artesanal ainda é uma tradição que se mantêm presente no município.
Palavras-chave artesãos, grupo, trabalho
Forma de apresentação..... Painel
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