Resumo |
Introdução: Adolescência compreende o período de 10 a 19 anos, caracterizada por ser fase do desenvolvimento humano, que resulta na maturação biopsicossocial. O entendimento dos adolescentes sobre alimentação saudável, variada e completa, juntamente com atividade física é de grande importância para evitar erros alimentares comuns nessa fase, que é a mais susceptível. As mudanças nos hábitos e na estrutura corporal iniciam uma preocupação com aparência física, tornando maior a insatisfação corporal e aumentando o desejo de emagrecer. Alguns reagem restringindo a alimentação o que predispõe a transtorno alimentar (TA). Existem instrumentos que avaliam sintomas e sinais de TA, sendo os mais utilizados, o BITE, EAT-26 e o ChEAT. Objetivo: conhecer a prevalência de triagem positiva para TA e relacionar o perfil antropométrico e de composição corporal com a pontuação dos questionários. Metodologia: após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos adolescentes e responsáveis, a avaliação antropométrica e composição corporal foi realizada em âmbito escolar e aplicou-se questionários EAT-26, ChEAT e BITE em adolescentes de escolas públicas e particulares, de 10 a 14 anos. Resultados: a prevalência de triagem positiva para TA foi de 10,5% (n=47), e as questões mais prevalentes do EAT-26 e ChEAT foram aquelas relacionadas ao desejo de ser mais magro, à preocupação de haver gordura no corpo e também com a preocupação de realizar exercícios físicos com o intuito de perder peso, todas com mais de 20% de resposta “Sempre”. No questionário BITE a questão mais prevalente, com mais de 50% de resposta “Sim” esteve relacionada com o fato de comer mais quando se esta ansioso. Segundo o Índice de Massa Corporal/Idade, 70,4% (n=316) estavam eutróficos, entretanto, 26,7% (n=120) adolescentes já se encontram com excesso de peso. Utilizando o percentual de gordura, percebemos que os adolescentes em risco de sobrepeso e sobrepeso equivalem a 38,1% (n=171). Encontrou-se relação positiva entre os valores de EAT-26/ChEAT com o peso (r=0,226, p<0,000), IMC (r=0,278, p<0,000) e gordura corporal (r=0,398, p<0,000), e os valores de BITE com o peso (r=0,289, p<0,000), IMC (r=0,311, p<0,000) e gordura corporal (r=0,316, p<0,000). Conclusão: Assim, é importante averiguar mudanças comportamentais e sinais positivos para o desenvolvimento de TA, como atenção primária a saúde. (Apoio: FAPEMIG). |