Resumo |
Introdução: A importância do aleitamento materno tem sido amplamente difundida pelo conhecimento científico como o melhor meio de nutrição do bebê. A prática proporciona, além de benefícios nutricionais que atendem às especificidades fisiológicas do lactente, inúmeros fatores imunológicos e moduladores importantes na prevenção da morbimortalidade infantil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida, devendo ser complementado até os dois anos ou mais. Entretanto, embora tenha ocorrido no Brasil uma ascensão importante dos índices de aleitamento materno exclusivo ao quarto mês de vida (35,5% em 1999 para 51,2% em 2009), ao sexto mês esse índice não atinge a 10%. Objetivo: Comparar a velocidade média de ganho de peso (VMP) do nascimento aos seis meses de vida de crianças em aleitamento materno exclusivo, misto e artificial no município de Viçosa-MG. Metodologia: Pesquisa quantitativa realizada a partir do estudo intitulado “Condições de saúde e nutrição de crianças no primeiro ano de vida do município de Viçosa: um estudo de coorte”, em que foram avaliadas 153 crianças nascidas no município de Viçosa- MG e suas mães, no período de 2011 a 2012. Foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os dados foram organizados em planilha do Excel e analisados no programa SPSS 20.0. Utilizou-se frequência simples, percentual e mediana para análise descritiva dos dados e teste t para amostras independentes. Resultados: A amostra foi composta de 18 mães adolescentes (11,8%) e 135 (88,2%) adultas, das quais 18 (11,8%) tinham menos de 5 anos de estudo, 53 (34,6%) entre 6 a 9 anos estudo, 57 (37,3%) de 10 a 12 anos de estudo e 23 (15%) acima de 12 anos de estudo. A mediana de renda familiar foi 1244 (166-11196) reais. Das crianças em estudo, 67 (43,8%) estavam em aleitamento materno exclusivo e 86 (56,2%) estavam sob outras formas de aleitamento. Não houve diferença significativa (p=0,60) entre as médias de VMP, sendo 723,31 gramas (±18,50) a média da VMP das crianças em aleitamento materno exclusivo e 716,51 gramas (±23,6) a média da VMP das crianças em outras formas de aleitamento. Conclusão: Os resultados deste estudo permitem concluir que não houve diferença significativa entre o ganho de peso de bebês amamentados exclusivamente e os que estavam sob outras formas de aleitamento, desconstruindo assim o mito do “leite fraco”, justificativa frequente para o desmame precoce. Entretanto, o leite materno é o único alimento capaz de oferecer ao bebê as características nutricionais ideais, com balanceamento adequado de nutrientes, como água, proteínas, lipídios, sais minerais, além de fatores imunológicos e de crescimento. Neste sentido, garantir o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida é a forma mais eficaz de possibilitar crescimento e desenvolvimento adequados a criança. |