Resumo |
A maior parte da energia consumida no mundo é proveniente de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. Diante da insegurança desses para o mundo e o risco que causam ao meio ambiente abre um mercado para o uso de energias renováveis. Uma planta que vem despertando interesse como matéria prima na produção de biocombustíveis é a palmeira macaúba (Acrocomia aculeata). Para viabilizar a produção de óleo de macaúba em grande escala e com melhor qualidade o desenvolvimento de tecnologias pré e pós-colheita faz-se necessário. O etileno acelera os processos relacionados ao amadurecimento. Neste sentido, é interessante a utilização de inibidores do etileno no controle da abscisão dos frutos na pré-colheita visando uma colheita mais produtiva e frutos com melhor qualidade. O Aminoetoxivinilglicina (AVG) é uma alternativa interessante por se tratar de um inibidor da síntese do etileno, retardando e uniformizando o processo de maturação e evitando a abscisão precoce. Diante do exposto, esse estudo teve por objetivo avaliar o efeito do AVG no controle da abscisão dos frutos de macaúba e seu efeito na qualidade do óleo do mesocarpo. Para tanto foram utilizadas palmeiras de macaúba da fazenda Capela, no município de Acaiaca-MG. Foram utilizados dois tratamentos: AVG na dose de 9g/L e controle na dose de 0g/L (água). O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com cinco repetições. A cada sete dias, foram contabilizados o número de frutos caídos, até completar 50 dias após a aplicação. Após esse período, os frutos foram coletados para avaliação dos parâmetros de qualidade do óleo: índice de acidez, estabilidade oxidativa e teor de óleo do mesocarpo. Observou-se que não houve diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos referentes à porcentagem de frutos retidos, teor de óleo, estabilidade oxidativa e índice de acidez. Os valores médios de teor de óleo do mesocarpo foram de 46,10% no tratamento controle e 41,84% no tratamento com AVG. Em relação ao índice de acidez do óleo, valores médios de ácido oléico foram de 1,62% no tratamento controle e de 1,20% no tratamento com AVG. Para a variável, estabilidade oxidativa, foram verificados valores médios de 7,52 h para o tratamento com AVG e 9,53 h para o tratamento controle, sendo assim, ambos os tratamentos ficaram dentro do padrão estabelecido pela Agência Nacional de Petróleo, que estabelece um valor mínimo de 6 h de período de indução para produção de biodiesel. Conclui-se que a aplicação de AVG não alterou a retenção de frutos de macaúba, bem como o teor de óleo do mesocarpo e a qualidade do óleo após 50 dias de aplicação. |