Resumo |
Compreender a dinâmica do espaço em que se insere é uma necessidade inerente à condição humana. Entender as dinâmicas do clima é de suma importância nesse processo. Contudo, muitos lugares, sobretudo no Brasil, não apresentam estudos sobre seus aspectos climáticos. A rede de estações oficiais e o número de postos meteorológicos existentes, quantitativamente, não fazem jus à realidade territorial do país. Portanto, muitas áreas apresentam vazios no que diz respeito às informações sistematizadas de seu clima. A área em estudo: Percurso Ponte-Nova à Ubá insere-se nessa realidade. Justificando assim a criação de uma rede de levantamento de dados de temperatura (°C) e umidade relativa do ar (%). Essa é composta de 11 postos de coleta, perfazendo uma linha no sentido Ponte Nova à Ubá. Os postos distam em 10 e 12 km entre si, perpassando pelos municípios de Ponte Nova, Teixeiras, Viçosa, Coimbra, São Geraldo, Visconde do Rio Branco e Ubá. Cada posto de coleta possui um termohigrômetro datalogger HOBO U10-003, aferido e programado para realizar medições horárias e simultâneas, acoplado em um miniabrigo meteorológico alternativo de PVC e fixado em uma haste de eucalipto tratado, distando, verticalmente, 1,5 metros da superfície. Objetivando verificar o comportamento termohigrométrico ao longo do verão, dados de temperatura e umidade referentes aos meses de Dezembro de 2013 a março de 2014 foram trabalhados nos programas Microsoft Excel 2010 e Surfer for Windows® v.10, através de análises horárias, por turnos (madrugada, manhã, tarde e noite) e mensais. Foram realizadas correlações lineares de temperatura (°C) / altitude (metros) e temperatura (°C) / umidade relativa (%). Os resultados foram associados aos sistemas sinópticos atuantes sobre a área em estudo. Para toda a estação de verão, o fator altitude deteve maior participação na configuração da variação da temperatura do ar. A relação temperatura (°C) /umidade relativa do ar (%) mostrou-se forte e inversamente proporcional. A análise por turnos permitiu localizar os pontos mais frios e os mais quentes do percurso, permitindo associar tais comportamentos às condições naturais dos sítios nos quais se localizam e também à atuação dos sistemas sinópticos predominantes sobre os mesmos. As maiores diferenças horárias encontradas foram sob atuação do Sistema tropical Atlântico que proporciona estabilização da atmosfera, permitindo a expressividade dos fatores de ordem local. Conclui-se que como cada lugar possui especificidades que lhe são inerentes, as respostas também se diferem ao longo do percurso Ponte Nova à Ubá. |