Resumo |
INTRODUÇÃO: As infecções respiratórias agudas (IRAS) são a causa mais prevalente de morbi-mortalidade em crianças até os cinco anos de idade, sendo a pneumonia responsável por 10% a 30% das internações pediátricas no Brasil. O derrame pleural parapneumônico é sua complicação mais frequente e, em até 5% dos casos, evolui com empiema pleural. Muito embora se observe uma redução na incidência de internações por pneumonia em crianças no país – principalmente após a introdução da vacina pneumocócica 10-valente, em 2010 – e o empiema seja percentualmente mais raro quando comparado ao número total das pneumonias, sua ocorrência tem aumentado, principalmente na faixa etária de zero a quatro anos, sendo mais comum em pacientes debilitados e de baixa renda. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo avaliando os resultados obtidos com abordagem minimamente invasiva de empiemas pleurais em pacientes pediátricos no Hospital Santa Isabel, Ubá – MG, no período de setembro de 2013 a junho de 2014. DESENVOLVIMENTO: Onze pacientes portadores de empiema pleural bacterianos (fases II e III), com idade entre seis dias e nove anos, foram submetidos à cirurgia torácica vídeo assistida (VATS – video assisted thoracic surgery), sob anestesia geral e intubação orotraqueal não seletiva. As indicações para a intervenção cirúrgica foram: derrame pleural septado, encarceramento pulmonar e piora clínica a despeito da utilização de drenagem pleural fechada. RESULTADOS: O tempo médio de internação hospitalar apresentou mediana de vinte dias, sendo o mínimo quinze dias e o tempo máximo, quarenta dias. A melhora clínica e expansão pulmonar completa, foi obtida em todos os casos. CONCLUSÃO: Classicamente, as estratégias para o manejo do empiema pleural incluem antibioticoterapia associada à drenagem pleural ou cirurgia. Atualmente, a cirurgia é preferencialmente realizada por videotoracoscopia, modalidade terapêutica mais eficaz, que tem se mostrado superior à drenagem pleural, estando associada a menor tempo de internação hospitalar e de antibioticoterapia, menor custo terapêutico e menos sequelas pleuropulmonares, quando comparada à drenagem pleural isolada. |