Resumo |
Em praticamente todos os segmentos consumidores de madeira, é fundamental que se conheça e se possa controlar o teor de umidade da madeira para obter melhores produtos e economia nos processos. O método mais confiável hoje para determinação do teor de umidade da madeira em tora é o estabelecido pela norma da ABNT-NBR14929, que é preciso, porém demorado e caro. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo principal avaliar diferentes alternativas de coleta de amostras e de determinação do teor de umidade da madeira em tora e compará-las com o método estabelecido pela norma da ABNT-NBR14929. Os teores de umidade da madeira em tora foram avaliados por meio de uma balança analisadora. As amostras foram coletadas com uma furadeira elétrica portátil e um trado manual, sendo coletadas em forma de serragem. Também foram utilizados os medidores elétricos do tipo capacitivo e resistivo. Devido a eventuais distorções dos resultados, em comparação com o método ABNT-NBR14929, foram estabelecidos um fator de correção e um modelo de regressão para fazer os ajustes. Também foi avaliado o gradiente de umidade da tora, em função de três classes de diâmetro (10 - 12; 14 – 16; e 18 - 20 cm) e de três comprimento de toras (1,5; 3,0; e 4,5 m), buscando ao longo da tora o local onde o teor de umidade mais se aproximaria do teor de umidade médio da tora. Os dados foram submetidos à análise de variância e, quando estabelecidas as diferenças entre eles, aplicou-se o teste de Tukey. Constatou-se que os valores da umidade de todos os métodos utilizados neste estudo foram significativamente diferentes, sendo o método da balança determinadora de umidade o que mais aproximou do método preconizado pela ABNT-NBR14929, quando se utilizou a furadeira elétrica para retirada das amostras. Porém, ao utilizar o fator de correção e também o modelo de regressão, constatou-se que todos os métodos foram significativamente iguais, sendo os valores obtidos pelo modelo de regressão mais precisos que os fornecidos pelo fator de correção. Em relação à influência do diâmetro e do comprimento no gradiente de umidade das toras de madeira, os resultados mostraram que quanto maior o diâmetro, maior o gradiente de umidade da tora. Em relação ao comprimento, observou que o teor de umidade médio das toras de 1,5 e 3,0 m foram significativamente diferentes. Para as toras de madeira de 3,0 e 4,5 m de comprimento essa diferença não foi observada. No que diz respeito ao perfil de umidade no sentido longitudinal da tora, constatou-se que para as toras de 1,5 e 3 m aproximadamente um quinto de seu comprimento seria a região que representa o seu teor de umidade médio. Já nas toras de 4,5 m o padrão de respostas não seguiu a tendência das demais. Conclui-se que os métodos de determinação do teor de umidade da madeira testados neste estudo são adequados para determinação da umidade da madeira em tora de maneira rápida, eficiente e com menor custo, quando comparados ao método da ABNT-NBR14929. |