Resumo |
A interferência de plantas daninhas é um dos principais fatores a impor limitações nos cultivos agrícolas. As interações entre plantas daninhas, culturas e microrganismos do solo podem afetar a habilidade competitiva das plantas. Assim, o conhecimento da ecologia e da biologia de microrganismos que interagem com plantas daninhas e culturas permite abordagens biológicas em um sistema de manejo integrado de plantas daninhas. Apesar disso, poucas pesquisas têm sido realizadas para conhecer as relações entre microrganismos do solo sobre as interações entre plantas daninhas e culturas. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi o de avaliar como a microbiota do solo contribui para o estabelecimento inicial e a capacidade competitiva de plantas. O experimento foi realizado em ambiente protegido, onde as plantas daninhas (Bidens pilosa L. e Amaranthus viridis L.) e o milho (Zea mays L.) foram cultivadas em vasos. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial 6x3 com quatro repetições. O primeiro fator correspondeu a seis cultivos (milho cultivado isoladamente, milho em convivência com as plantas daninhas, plantas daninhas cultivadas isoladamente e os solos sem planta). O segundo fator foi representado por três condições de cultivo (solo não esterilizado, solo esterilizado e solo esterilizado com a microbiota reconstituída). Aos 43 dias após o plantio, as plantas foram cortadas rente ao solo e determinadas a área foliar e as matérias secas da parte aérea, raiz e total. Neste mesmo período, foi estimado a taxa respiratória (TR) e o carbono da biomassa microbiana (CBM) dos solos. A reconstituição da microbiota reduziu a matéria seca da raiz, parte aérea e total do milho em competição com B. pilosa e a matéria seca total do milho em monocultivo. Por outro lado, o convívio com esta planta daninha em solo autoclavado aumentou a matéria seca da raiz, parte aérea e total do milho. O convívio com A. viridis aumentou a matéria seca da raiz e total do milho em solo com reconstituição da microbiota. De maneira geral, a competição com o milho reduziu o crescimento de B. pilosa e A. viridis, independente do tipo de solo cultivado. Os monocultivos de B. pilosa e A. viridis nos solos autoclavado e reconstituído reduziram a área foliar e a matéria seca da parte aérea e a matéria seca da raiz e total, respectivamente. No entanto, quando em convivência com o milho, essas variáveis não foram afetadas. A reconstituição da microbiota reduziu a matéria seca da raiz e total de B. pilosa, porém, não influenciou no crescimento de A. viridis. A TR da biomassa microbiana foi menor no cultivo de milho x picão-preto em solos autoclavados e com a microbiota reconstituída. O cultivo das espécies aumentou o CBM do solo. Conclui-se que as interações com a microbiota do solo podem afetar a capacidade competitiva das culturas e das plantas daninhas. |