Resumo |
A arborização urbana vem se destacando no cenário de mudanças climáticas. Sua participação no sequestro de carbono e na diminuição das taxas de emissões de CO2 contribuem significativamente na redução dos níveis de gás carbônico nas cidades. É notório que as árvores presentes nas regiões urbanas estocam menos carbono por hectare quando comparadas às florestas, porém sua contribuição neste cenário é favorecida devido ao maior porte das árvores e as altas taxas de crescimento decorrente da estrutura florestal urbana ser mais aberta. Em face disso, objetivou-se com o estudo avaliar o incremento de carbono nas árvores do campus-sede da Universidade Federal de Viçosa (MG), uma vez que mensurar as taxas de incremento nas árvores urbanas é de suma importância para quantificar esse serviço ambiental. Para tal, todos os indivíduos arbóreos, palmeiras e não-palmeiras, com Diâmetro à Altura do Peito (DAP) maior que 5 centímetros tiveram seu DAP e sua altura mensurados, e através de equações alométricas ajustadas para árvores individuais, seu estoque de carbono total foi estimado. Para se avaliar o Incremento Periódico Anual (IPA) efetuou-se comparação com o estoque de carbono do campus em 2011. Dos 3.291 indivíduos cubados no campus da universidade, 609 são palmeiras e estocam, em média, 165,51 kg de carbono por indivíduo; os demais indivíduos são árvores que estocam em torno de 224,85 kg de carbono por indivíduo, totalizando 870 toneladas de carbono, em 2014. Em 2011 esse estoque era de 699,54 toneladas, o que aponta um IPA de 56,82 toneladas de carbono. As espécies que tiveram maior incremento em carbono entre 2011 e 2014 são: Carya illinoensis (Wangenh.) K. Koch (320,30 kgC.ind-1.ano-1), Ficus mexiae (238,74 kgC.ind-1.ano-1), Ficus benjamina (204,28 kgC.ind-1.ano-1), Spathodea campanulata P. Beauv. (183,92 kgC.ind-1.ano-1) e Anthocephalus indicus A. Rich.(102,08 kgC.ind-1.ano-1). Os maiores incrementos em carbono foram observados nos indivíduos com diâmetro variando de 30 a 45 centímetros, que juntos acumularam 92,80 toneladas de carbono em três anos, cerca de 149,43 kgC por indivíduo. Analisando a estocagem e incremento nas quatro espécies mais presentes no campus, observa-se um elevado IPA das espécies Licania tomentos (Benth.) Fristch) e Roystonea oleraceaae (Jacq.) O.F.Cook tendo, respectivamente 41,80 KgC.ind-1.ano-1 e 74,27 KgC.ind-1.ano-1. Conclui-se que a arborização do campus contribui significativamente na diminuição de CO2 atmosférico, precisando, em contrapartida, da renovação da vegetação para manter esse serviço ambiental constante, uma vez que percebe-se que alguns indivíduos estão se aproximando de um estágio de clímax, no qual tem-se uma estabilização das taxas de crescimento. |